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segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Metade dos trabalhadores diz já ter sofrido discriminação

35% das vitimas afirmaram ser discriminada pelo cargo que ocupam
Em um país onde 54% da população se declara preta ou parda, metade dos profissionais afirma que já sofreu algum tipo de preconceito ou discriminação no trabalho. Os números são de um levantamento feito pela empresa de recrutamento e seleção VAGAS.com. O estudo aponta ainda que a maioria das ofensas (63%) foi praticada por homens e que 71% dos agressores eram o chefe direto ou ocupavam um cargo superior ao da vítima.“As mulheres são as que mais sofrem. 

O que a gente percebe é que as empresas não estão preparadas para a diversidade para a qual o mundo está se abrindo”, avalia o coordenador da pesquisa, Rafael Urbano, que completa: “Tem também a questão do machismo, que é muito forte. As mulheres possuem poucos cargos de chefia. É um ‘pré-conceito’, que não aceita diversidade das outras pessoas”.Entre as vítimas, 35% afirmaram ser discriminada pelo cargo que ocupam. Mas qualquer coisa - do peso à tatuagem - serve de combustível para ações discriminatórias, como demonstra o ranking de motivos construído pela pesquisa (ver infográfico). Mas, por medo de represálias e de ficar desempregada, a maioria das vítimas prefere manter o silêncio: 85% não denunciam a conduta. 

“Identificamos que 54% das empresas não possuem um canal direto para denúncias, o que, na maioria das vezes, deixa o agressor impune, aumentando o impacto de quem sofre o preconceito. A sociedade é cada vez mais plural. As empresas precisam ter uma política que desenvolva uma relação de confiança com o empregado para que ele seja ouvido. Quem sofre a agressão precisa muito desse conforto por parte da empresa”, defende Rafael.

Respeito
O caso recente envolvendo o jornalista William Waack - que descreveu uma buzina em alto volume como “coisa de preto” - trouxe novamente à tona as discussões em torno do preconceito. Nas redes sociais, os defensores do jornalista disseram que o que ele falou foi uma ‘piadinha’. Mas esse tipo de brincadeira incomoda muito a assistente de coordenação pedagógica Michelle Santos. “As pessoas acabam reproduzindo o preconceito como se isso não fosse nada. Ouvia no trabalho comentários sobre meu excesso de peso, do tipo: ‘seu rosto é tão bonito, por que não emagrece? Vai arrumar logo um namorado’”, relata. Leia mais AQUI.

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