por Daniel Weterman | Estadão Conteúdo
O juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, afirmou que teme alguma "manobra" de políticos ainda neste ano contra o combate à corrupção no País. Sem citar especificamente sobre qual tentativa estava se referindo, Bretas afirmou que políticos podem aprovar alguma lei "entre um Jingle Bells e uma rabanada". "Nós estamos nos aproximando agora do final do ano. É possível que entre o dia 25, entre um Jingle Bells e uma rabanada, aprove-se alguma lei", afirmou o magistrado em entrevista ao jornalista Pedro Bial, da TV Globo, exibida na madrugada desta quarta-feira (13). Para o juiz, o senso de autopreservação dos políticos coloca o País sob o risco de se aprovar leis para impedir o avanço de investigações. Mais uma vez, Bretas disse ser contra o foro privilegiado. Durante a entrevista, o magistrado reforçou que seu trabalho está pautado na análise técnica dos processos, e não em inclinação política. "Às vezes se diz que o Judiciário está perseguindo os políticos, isso não é verdade. Nós não perseguimos, mas também não protegemos." Responsável pela ordem de prisão do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) e por duas das sentenças que, no total, condenaram o político a seis décadas de pena, Bretas destacou ainda que "juiz não é político" e que não tem nenhuma aspiração na vida política.
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