por Fernando Duarte
Os dois dirigentes das casas legislativas de maior orçamento na Bahia, a Assembleia Legislativa da Bahia e a Câmara de Vereadores de Salvador, fecharam 2017 com uma postura de austeridade. Enquanto Angelo Coronel devolveu ao governo da Bahia R$ 555 mil, Léo Prates economizou mais: R$ 14 milhões, que foram encaminhados à prefeitura da capital baiana. Ambos, logicamente, capitalizaram politicamente o fato. Coronel, inclusive, parece ter escolhido a dedo a cifra, já que, numa eventual candidatura ao Senado no próximo ano, o número provável nas urnas seria 555. Já Prates foi mais longe e ajudou o correligionário ACM Neto (DEM) a engordar os investimentos da prefeitura em Salvador. Além de economizarem recursos, os dois presidentes comemoraram o fato de devolverem o dinheiro público que não foi utilizado. Em um país com milhões de miseráveis, o gesto dos dois, celebrado mesmo pela imprensa, não deveria ser exceção: se esperaria que fosse uma regra. Porém não é o que acontece. São tantos penduricalhos e assessores a que os legisladores têm direito que seria impossível levantar facilmente quanto custaria uma Assembleia ou uma Câmara enxuta. Ainda assim, é louvável que tanto Coronel quanto Prates tenham tido a iniciativa de devolver recursos públicos. É sinal que o custo de manutenção das duas Casas pode ser menor do que é previsto anualmente. Seria pedir muito que a mesma situação se repita nas câmaras de vereadores de toda a Bahia? E o Congresso Nacional? Ah, seria um presente de Natal que nem a existência de Papai Noel poderia dar. BN
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