por Fernando Duarte
Na última sexta-feira (8), às vésperas da eleição do diretório nacional do PSDB, o então ministro Antônio Imbassahy deixou, oficialmente, o governo Michel Temer. Pediu demissão como um gesto protocolar, tal qual exige o rito político, porém já havia muito sido defenestrado da função de articulador político do Palácio do Planalto. Conseguiu negociar dois salvo-condutos de Temer na Câmara, porém teve a cabeça dada a prêmio ao cão-de-guarda Carlos Marun (PMDB-MS) depois que a sustentação dentro do PSDB para continuar na Esplanada nos Ministérios acabou. Foi melancólico o fim da temporada dele como secretário de Governo de Michel Temer. Há cerca de duas semanas, quando Bruno Araújo entregou o cargo de ministro das Cidades e Alexandre Baldy chegou ao posto, Imbassahy foi demitido pelas redes sociais do Planalto. Depois o estagiário levou a fama ao anunciar a posse de Marun no lugar do tucano baiano, afinal não era pública a demissão do ex-prefeito de Salvador. Os tucanos já ansiavam que Imbassahy saísse do governo. Bem mais ele do que Aloysio Nunes e Luislinda Valois, outros dois da cota do PSDB no ministério de Temer. Os companheiros dele de Câmara deram o recado nas duas vezes em que a denúncia contra Temer foi votada: havia um racha na base tucana. Até mesmo na Bahia, onde Imbassahy chegou a ser o expoente mais expressivo do PSDB, ele não tinha apoio. João Gualberto e Jutahy Magalhães Jr. eram claros ao dizer que não concordavam com a permanência dele no governo. A opção por ficar, todavia, era dele e de Temer, que viu o aliado fritar até a véspera da oficialização de Geraldo Alckmin na presidência da direção nacional do partido. Assim como Aécio Neves foi obrigado a sair pela porta dos fundos, diante das inúmeras denúncias de que foi alvo, Imbassahy tomou um caminho similar para sair do governo. Volta para a Câmara para assistir o quão melancólico ficaram os sucessivos balcões de negócios para que Temer consiga votar as reformas estruturantes que tanto prega. E que Imbassahy não conseguiu articular para votar. BN
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