Foto: Alexandre Bastos / G1
Policiais civis do Distrito Federal e de Goiás fazem uma operação nesta segunda-feira (30) para cumprir mandados contra 33 suspeitos de liderar a chamada “Máfia dos Concursos” pelo país – a investigação aponta que a organização criminosa planejava fraudar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Dos alvos da operação, 15 são de Brasília (sendo cinco prisões preventivas, três temporárias e oito conduções coercitivas) e 18 de Goiânia (GO). Há mandados de buscas relacionadas a todos os alvos da ação. Entre os procurados, está um ex-funcionário do antigo Centro de Promoção e Seleção de Eventos (Cespe), atual Cebraspe, que é apontado como um dos líderes do grupo especializado em fraudar provas. Ele teria movimentado mais de R$ 1 milhão em recebimento de propina somente em 2016. O pagamento foi feito por interessados em passar em vestibulares e concursos. A polícia afirma que ele foi demitido em março deste ano após ter sido intimado para depor em Goiânia, quando o esquema começou a ser descoberto. Esse ex-funcionário era o responsável pela digitalização das provas e folhas de resposta e a partir disso, conseguia preencher a avaliação antes e aprovar quem tivesse pagado a propina. Os valores variavam entre R$ 5 mil e R$ 20 mil de entrada. A suspeita é de que ele tenha começado a agir desde 2013 e que mais de cem pessoas tenham se beneficiado com as fraudes – a polícia pretende encontra-las, para que elas possam perder as funções públicas, obtidas de forma ilegal. Também está entre os alvos um aliciador, que fazia amizade com concurseiros na porta de cursinhos para conseguir novos “clientes”. Os suspeitos vão responder por formação de organização criminosa, fraude a certame licitatório, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, em alguns casos. Batizada de Panoptes, a operação já está em sua segunda fase. As apurações apontam que os integrantes da quadrilha começaram a agir em conjunto com Hélio Garcia Ortiz, que foi preso em agosto deste ano por suspeita de integrar a Máfia dos Concursos. Os outros suspeitos teriam seguido com a prática dos crimes. Ortiz já havia sido preso em 2005, na Operação Gallieu. Há dois meses também foram presos seu filho, Bruno de Castro Garcia Ortiz, e dois homens identificados como Rafael Rodrigues da Silva Matias e Johann Gutemberg dos Santos – este último foi solto por determinação judicial e responde ao processo em liberdade. BN
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