É claro que o poder empresarial no Brasil é do grande capital. Se os pequenos e micronegócios empregam 63% da força de trabalho e são responsáveis por 27% do PIB, o grande capital, que reúne em seu apoio o médio capital, grande bloco responsável por 63% do PIB, mas respondem por menos de 20% dos empregos, tendo a força no valor dos investimentos que realizam e na influência política que exercem. Quando um mandatário da Nação é eleito democraticamente a sua influência é menor, devido haver “pacto” (concessões, acordos) entre categorias de classe. Como fez Lula. Não resta dúvida, que com Michel Temer é diferente. Ele não tem apoio popular, mas tem apoio da base política que o sustenta, principalmente na bancada ruralista e nos outros partidos onde os grandes empresários mais influenciam (PMDB, PSDB e vários deputados de outros menores partidos). A atual recessão, a mais forte já registrada, deve-se aos erros dos governos do PT, em ampliar o tamanho do Estado e das empresas estatais, aumentar a carga tributária e dividir o grande capital, ao privilegiar “campeões” nacionais, em detrimento de outros grandes empresários. Nenhuma classe é unida. Mas, a fração majoritária do grande capital, sim (banqueiros, indústrias de grande porte, agroindústrias). Os campeões nacionais foram escolhidos principalmente pelo BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica, mediante concessão de financiamentos subsidiados. Por outro lado, o cartel de 29 empreiteiras dividiu centenas de grandes obras no Brasil, onde se instalou a corrupção sistêmica.
Michel Temer é diferente porque é grandemente a favor dos grandes empresários e está obstinado em fazer as reformas ainda que, comprando votos, do Congresso. Ele não faz concessões aos pequenos e o lado social do seu governo está congelado. Ademais, vê-se ligado ao lado corrupto, ora investigado.
Quando se pensou que Temer desbancaria a estrutura anterior, ele reforça o lado conservador. Um exemplo é a atuação do BNDES, que faz grandes empréstimos e usa o cartão BNDES para os pequenos negócios. Quando se pensava que era fortalecido o crédito ao pequeno, eis que estatísticas dão conta de que justamente os desembolsos do BNDES, de janeiro a maio deste ano, caíram 60% para os que usam o citado cartão: micro, pequenos e médios. Porém, a causa da referida queda não é exclusiva do BNDES. O dinheiro é repassado aos grandes bancos, que alegam haver grandes riscos em tais operações, sendo risco total dos banqueiros e não do BNDES. por Paulo Brito
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