por Julia Affonso e Luiz Vassallo | Estadão Conteúdo
Foto: Wilson Dias/ ABr
O juiz federal Sérgio Moro mandou transferir o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine da carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, base da Operação Lava Jato, para o Complexo Médico-Penal em Pinhais, região metropolitana da capital paranaense. A decisão atende pedido da própria corporação. O Complexo de Pinhais é para onde são levados os prisioneiros da Lava Jato, condenados ou sob investigação. Bendine foi preso em 27 de julho na Operação Cobra, 42ª fase da Lava Jato, por suspeita de propina de R$ 3 milhões da Odebrecht. "A carceragem da Polícia Federal é prisão de passagem e a permanência nela depende de condições excepcionais, como é o caso da necessidade de proteção a condenados que celebraram acordo de colaboração premiada, como Marcelo Bahia Odebrecht", afirmou o magistrado. "Por outro lado, as instalações do Complexo Médico Penal, da ala reservada aos presos da assim denominada Operação Lava Jato, ainda que não perfeitas, são bastante adequadas." Além de Bendine, a operação Cobra pegou os irmãos André Gustavo e Antônio Carlos Vieira da Silva, apontados como operadores financeiros do ex-presidente da Petrobras. Moro assinalou que, em três anos de Lava Jato, "não houve notícia" de qualquer incidente contra a integridade física dos presos mantidos no Complexo Médico-Penal. "Não vislumbrando mais a autoridade policial a permanência de Aldemir Bendine na carceragem da Polícia Federal como necessária, defiro a sua transferência para o Complexo Médico Penal, para a ala onde se encontram os demais presos da assim denominada Operação Lava Jato." Por pedido da PF, André Gustavo e Antônio Carlos Vieira da Silva Júnior vão permanecer na carceragem da corporação. O delegado federal Igor Romário de Paula argumentou que os irmãos "ainda estão sendo ouvidos para fins de esclarecimentos de fatos relacionados ao material apreendido na operação policial". Ele pediu a Moro que autorize a permanência dos operadores na PF "por mais alguns dias até a conclusão dos trabalhos". BN
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