por Fernando Duarte
Foto: Reprodução/ Editora Contexto
Das infelizes coincidências da história, o dia em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidirá o futuro da chapa Dilma Rousseff – Michel Temer é exatamente o mesmo em que, há mais de 70 anos, as tropas aliadas desembarcavam na Normandia, um dos marcos para o final da Segunda Grande Guerra. Pena que, no caso brasileiro, o Dia D possivelmente não será o início de um fim para a novela que se tornou o cenário político nacional. A contagem de votos dos ministros do TSE, feita por analistas que acompanham de perto a Corte, sugere que o placar deve ser favorável à absolvição da dupla, após quase dois anos e meio da posse. Isso se o julgamento realmente acontecer a partir desta terça-feira (6). O ministro-relator Herman Benjamin registrou uma pneumonia durante a última semana e há indicativos que magistrados recém-chegados podem pedir vista. Qualquer uma das duas alternativas adia a decisão sobre o futuro de Temer, já que Dilma é carta fora do baralho político desde agosto de 2016. Enquanto isso, o atual ocupante do Palácio do Planalto ainda vive as incertezas políticas do vendaval Joesley Batista. A pressão para renúncia, apesar dos pesares, diminuiu expressivamente. Entretanto não pode ser descartada caso surja algum fato novo, que pode até ser a eventual delação premiada feita pelo ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, mais conhecido como carregador de mala de R$ 500 mil que teria como destino Temer. Nem a imprensa, que em primeiro instante comprou a ideia da saída do presidente, defende fervorosamente a renúncia dele. E o impeachment, como já se sabe, dificilmente encontrará respaldo para prosseguir com Rodrigo Maia como presidente da Câmara dos Deputados, aliado que prefere não se indispor com o PMDB já que uma eleição indireta não é completamente descartada. Se na história mundial 6 de junho foi transformado num marco de uma guinada do futuro, no Brasil pode ser um dia comum na pizzaria que chamamos de Brasília. Este comentário foi veiculado na RBN Digital às 07h, com reprise às 14h30. BN
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