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terça-feira, 6 de junho de 2017

Mensagens obtidas mostram interferência de Henrique Alves e Eduardo Cunha no Judiciário

por Estela Marques / BN
Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Mensagens obtidas por investigadores do Rio Grande do Norte no âmbito da Operação Manus, desdobramento da Lava Jato, mostram interferências de Henrique Alves e Eduardo Cunha no Judiciário. O procurador da República Rodrigo Teles detalhou em coletiva na manhã desta terça-feira (6) que há registros de influência dos parlamentares no Tribunal Regional Federal da 5ª Região; contatos com ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e com a Procuradoria-Geral da República. Os poderes Executivo e Legislativo também foram contatados pelos peemedebistas, representados pela Presidência, Câmara dos Deputados e Senado. A Operação Manus foi deflagrada nesta manhã (entenda aqui) e cumpriu mandado de prisão contra o ex-ministro do Turismo e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (veja aqui), e contra o também ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ambos do PMDB. O foco da investigação são as contas do peemedebista ao governo do Rio Grande do Norte em 2014. Foram identificadas ilicitudes na obtenção de receitas para campanha e na comprovação das despesas. Também há sinais de empresas de fachada, constituídas em nome de laranjas, outras constituídas no ano da eleição e com crescimento exponencial de receita naquele período eleitoral. Há ainda indícios de lavagem de dinheiro, principalmente no que diz respeito a saques de valores em espécie por parte dessas empresas. De acordo com o Ministério Público, uma delas é a empresa Prática, que recebeu R$ 9 milhões da campanha de Henrique Alves e sacou em espécie R$ 4 milhões. Nas vésperas do segundo turno, foram sacados R$ 2 milhões. A suspeita é que os recursos foram usados para compra de votos. "Estamos analisado a situação, mas afastamento de sigilo evidenciou que a prática fez repasses a políticos em posterior ao recebimento de repasses da conta de campanha, o que evidencia compra de apoio político", acrescentou o procurador Rodrigo Teles. Ao longo da investigação foram verificados repasses ilícitos para campanha por parte da Odebrecht, Carioca Engenharia e Andrade Gutierrez. As contas de Henrique Alves ao governo do Rio Grande do Norte foram rejeitadas pelo Tribunal Regional Eleitoral por irregularidades, mas houve recursos pro Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que acabou aprovando as contas com ressalvas. "A visão da Justiça Eleitoral foi predominantemente formal. O que a gente vê é que até mesmo em outros casos a Justiça Eleitoral ou é muito enganada facilmente ou se deixa enganar muito facilmente, porque acaba aprovando contas que na verdade são uma ficção", criticou o procurador.

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