Manila, 4 jun (EFE).- Um ex-funcionário filipino com altas dívidas de jogo foi o autor do ataque armado ao cassino de Manila que causou 38 mortos, informou neste domingo a Polícia local, o que praticamente descarta a vinculação do Estado Islâmico (EI) com este fato.
Jessie Javier Carlos, ex-funcionário do Ministério de Finanças de 42 anos, foi o homem que entrou encapuzado com um rifle automático M4 no Resorts World Manila na noite de quinta-feira e atirou para o ar de forma indiscriminada, disse o porta-voz da Polícia de Manila, Oscar Albayalde, em coletiva de imprensa.
Carlos ateou fogo a várias mesas de jogo e roubou fichas no valor de mais de US$ 2 milhões até se deparar com um guarda de segurança que o feriu com um disparo, segundo mostram os vídeos das câmeras de segurança, antes de se refugiar em um cômodo e se suicidar com o líquido incendiário que levava.
Além dele, outras 37 pessoas morreram, todas elas asfixiadas devido ao incêndio, já que o agressor não atirou contra as pessoas.
"Estava muito endividado por causa de seu vício no jogo nos cassinos", explicou Albayalde, assegurando que Carlos "tem uma conta bancária com uma dívida pendente de 4 milhões de pesos (US$ 82.800) e novas dívidas não relacionadas com o banco".
O agressor, que tinha esposa e três filhos, perdeu seu emprego no Ministério por irregularidades na hora de declarar os seus ativos e estava na lista negra do organismo de controle do jogo no país, o que o vetava o acesso a todos os cassinos.
Seu pai e sua esposa, esta última visivelmente abatida, participaram da coletiva de imprensa de hoje, na qual pediram perdão às famílias das vítimas.
O EI reivindicou o ataque duas vezes e o atribuiu a um de seus combatentes nas Filipinas.
Isto contribuiu para aumentar o alarme no país, ao coincidir com os combates que o Exército mantém há quase duas semanas com jihadistas comandados pelo EI na cidade de Marawi.
As autoridades filipinas insistiram desde o começo em que o fato do resort não apresentava indícios de terrorismo.
O porta-voz policial concluiu hoje este assunto ao afirmar: "Não permitiremos que pessoas ou grupos criminosos, sejam estrangeiros ou locais, usem esta situação para divulgar sua propaganda ou causas pessoais". EFE
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