Em nota, o Palácio do Planalto reconheceu os acessos à agenda, mas alegou que as edições ocorreram em razão da "transferência dos calendários para bancos de dados para evitar problemas tecnológicos, realizada na verdade no dia 16 de maio". Ainda conforme o comunicado, não houve supressão de dados nos arquivos. A análise dos peritos mostrou que nem todas as 100 páginas analisadas foram acessadas em 18 de maio, o que pode caracterizar alteração seletiva.
Determinada a criar embaraços para o governo Temer e até derrubá-lo, a Rede Globo usou desta vez a revista Época, que é suam, para publicar análise dos códigos-fonte da agenda eletrônica da Vice-Presidência da República, mostrando que registros do dia 18 de agosto de 2014, data em que o então vice-presidente supostamente se encontrou com Ricardo Saud, delator da JBS, podem ter sofrido modificações entre 11h20min e 11h31min de 18 de maio, data da Operação Patmos, deflagrada após delações de executivos da JBS. As informações são da revista Época, que solicitou o exame dos dados a peritos da Polícia Federal.
De acordo com a delação de Saud, no encontro em Brasília, o executivo teria comunicado a Temer que conseguiu aval para repassar R$ 15 milhões ao PMDB. O dinheiro seria usado na compra de apoio à chapa de Dilma Rousseff.
A pedido da revista, dois peritos da PF, que não foram identificados e agiram ilegalmente, analisaram os códigos-fonte — conjunto de letras e símbolos que são a base dos programas de computadores — das páginas digitais das agendas antigas de Temer. Separadamente, os profissionais, que seriam especialistas em informática, concluíram que o servidor do Planalto foi acessado, no dia da Operação Patmos, e os registros da agenda oficial foram manipulados. A ação pode gerar indícios de uma possível tentativa de obstrução da Justiça.
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