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sábado, 18 de março de 2017

Frigorífico no Paraná comprava carne podre e a disfarçava com produto químico, de acordo com Justiça

Frigorífico no Paraná comprava carne podre e a disfarçava com produto químico, de acordo com Justiça
Em uma ação chamada de “Operação Carne Fraca”, a Justiça Federal do Paraná investigou uma série de frigoríficos do estado, descobrindo que pelo menos um deles comprava carne podre e disfarçava o sabor com um químico chamado ácido ascórbico. A informação para o início das investigações, de acordo com o R7 Notícias, foi dada pela médica veterinária Joyce Igarashi Camilo, responsável pela empresa Peccin, do Rio Grande do Sul, em 2014.

Segundo ela, a Peccin também comprava notas fiscais falsas de produtos com SIF (Serviço de Inspeção Federal), a fim de justificar as compras de carne podre, e utilizava o químico para maquiar o cheiro e o sabor. O produto é conhecido por suas propriedades cancerígenas.

Entre agosto de 2013, a então auxiliar de inspeção da Peccin, Daiane Marcela Maciel, chegou a atestar a existência de irregularidades na empresa, como a utilização de quantidade reduzida de carne para a produção de certos produtos, complementando com outras substâncias, bem como a manipulação de carnes estragadas para a produção de salsichas e linguiças, falta de rotulação de carnes, refrigeração, além de falsificação de notas fiscais.

No entanto, Daiane foi orientada pela sócia da empresa, identificada apenas como Nair, a não comentar a situação com o responsável pela fiscalização, Daniel Teixeira. Ela ainda alegou ter ouvido o irmão do dono na empresa, Normélio Peccin, ameaçar de morte o fiscal.

A investigação também interceptou, com autorização da Justiça, telefonemas trocados entre André Baldissera, diretor da BRF, que detém as marcas Sadia e Perdigão, sobre a necessidade de intervir no Sipoa-GO (Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal em Goiás) a fim de evitar a interrupção das operações da empresa no Paraná. Também é possível ouvir sobre a retenção de contêineres da empresa que seriam exportados para a Europa.

Segundo ele, as autoridades sanitárias do continente teriam identificado traços de Salmonella nos produtos enviados. A Salmonella é responsável por causar problemas gastrointestinais, como infecção alimentar, que vem acompanhada de sintomas como febre, diarreia e vômito. A BRF, no entanto, ainda não divulgou sua posição sobre o caso. [ R7 ] [ Foto: Reprodução / R7 ]

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