Entidade internacional classificou a decisão da juíza federal Pollyanna Kelly Alves como “um grave ataque à liberdade de informação no Brasil”
DA REDAÇÃO / http://epoca.globo.com
A ONG internacional Repórteres sem Fronteiras (RSF), cujo objetivo declarado é defender a liberdade de imprensa no mundo,divulgou nota em seu site condenando a tentativa de quebra de sigilo telefônico do jornalista e colunista de ÉPOCA Murilo Ramos. A entidade classificou a decisão da juíza federal Pollyanna Kelly Alves como “um grave ataque à liberdade de informação no Brasil”. “Condenamos firmemente esta violação da confidencialidade das fontes e apelamos às autoridades judiciais para suspender a decisão”, afirmou o chefe da RSF na América Latina, Emmanuel Colombié.
Em agosto, a juíza, da 12ª Vara Federal de Brasília, determinou a quebra de sigilo telefônico do colunista. A medida foi tomada secretamente e só veio a público no sábado (8). O jornalista não é suspeito de nenhum crime. O objetivo da grave suspensão do direito constitucional do colunista é um só: tentar descobrir a identidade de uma das fontes do jornalista. ÉPOCA explica o caso na reportagem “Ameaça à imprensa: Juíza quebra sigilo telefônico de jornalista de ÉPOCA”.
Colombié reforçou ainda que a confidencialidade das fontes é um direito fundamental para jornalistas e um dos pilares daliberdade de imprensa. “As autoridades brasileiras devem estar cientes de que esse direito é garantido pela Constituição e pela declaração de princípios da liberdade de expressão da Organização dos Estados Americanos. Nós, portanto, nos juntamos à Aner para denunciar o que ela descreve como ‘um gravíssimo ataque à liberdade da prática do jornalismo no Brasil’.”
Além da RSF, outras entidades já se manifestaram, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), e o Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional.
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