Yahoo Notícias - Quatro dias se passaram desde a prisão preventiva do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas parte dos deputados considerados aliados do peemedebista fingem não conhecê-lo mais. O movimento passou a ser percebido depois da cassação do ex-todo-poderoso parlamentar. E se intensificou com a detenção ordenada pelo juiz Sérgio Moro. As informações são do Correio Braziliense.
Foto: Lula Marques
Manoel Júnior (PMDB-PB) depôs, em agosto, no Supremo Tribunal Federal (STF), como testemunha de defesa do ex-parlamentar em processo da Operação Lava-Jato. Procurado para saber se visitaria o colega, a assessoria informou que o parlamentar sequer falaria sobre esse assunto. “Ele foi eleito vice-prefeito e não quer se pronunciar sobre isso”, disse. Manoel Júnior vai trabalhar agora no segundo posto da prefeitura de João Pessoa (PB), na chapa de Luciano Cartaxo (PSD).
O afastamento dos ex-aliados é considerado normal e esperado por cientistas políticos. “O Cunha se tornou o ‘Judas’ da política e estar ao lado de uma pessoa dess, pode sobrar uma pedra para quem acompanha”, afirmou o professor da Universidade de Brasília Wladimir Gramacho. Ricardo Caldas, também da UnB, concorda. “Nenhum político quer segurar alça de caixão”, compara. “Se algum político cai em desgraça, nenhum outro quer ser associado a ele”, continua. A preocupação principal dos parlamentares é em não ter a imagem associada ao ex-deputado, principalmente em época em que a Lava-Jato conta com apoio popular.
Líder do governo na Câmara dos Deputados, André Moura (PSC-SE) foi um dos articuladores para tentar salvar Cunha no Conselho de Ética. Depois da prisão do ex-deputado, Moura “está no Estado para o segundo turno das eleições municipais”, segundo sua assessoria afirmou. O parlamentar não atende a ligações para falar sobre Cunha.
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