Chegar de carrão, de moto, ter um celular, roupas caras. Exibir-se é a lei. Adolescentes fazem do crime profissão para se destacar em bailes funk, conquistar garotas, transar
ALINE RIBEIRO COM HELENA FONSECA
Havia uma lombada providencial no meio da rua de cima da casa da avó de G.M., perto da favela de Paraisópolis, no Morumbi, em São Paulo. Ele e um amigo estavam ali perto, à espera de uma “deixa”. Um Peugeot 207 prata se aproximou. “A gente viu que era uma mulher”, diz G., de 17 anos. Quando a motorista reduziu para transpor o obstáculo, G., então com 15 anos, e o amigo aproveitaram. “A gente enquadrou ela”, diz. Usaram um revólver calibre 38, de brinquedo, Airsoft, comprado de um camelô em Aparecida, no interior de São Paulo. Tiraram a vítima do carro, ficaram com sua bolsa e foram embora. Rodaram um pouco, estacionaram e mantiveram o veículo parado por três dias, numa espécie de quarentena para ter certeza de que não estava equipado com rastreador e não seria encontrado pela polícia.
Se encosta de motão, que faz ronco – vrrmmm, vrrmmm –, as meninas ficam fazendo ‘psiu’, mexendo no cabelo, dando risadinha”
H., DE 17 ANOS. ROUBA DESDE OS 12 E OSTENTA NOS FLUXOS. AO SAIR DA PRISÃO, GANHOU DA MÃE UM CELULAR PARA EVITAR QUE “PEGUE EMPRESTADO” DOS OUTROS
Dias depois, G. chegou à favela de Paraisópolis a bordo do tal Peugeot 207 prata. Dava um “rolezinho” com o carro roubado da moça. Abriu o vidro, colocou o braço para fora “para mostrar que era patrão” e desfilou lentamente pela multidão que dançava ao redor. MAIS AQUI
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