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segunda-feira, 12 de setembro de 2016

'Sem a eutanásia, teria cometido suicídio', diz para-atleta belga

A para-atleta belga Marieke Vervoort, 37, reacendeu, em meio à Paraolimpíada do Rio, a discussão sobre a eutanásia. Ela concedeu uma entrevista no Parque Olímpico a fim de desmentir os rumores de que, encerrado o evento no Brasil, passaria pelo procedimento, que consiste no ato de proporcionar a morte rápida e indolor a alguém com uma doença incurável, a fim de pôr fim a seu sofrimento. Vervoort sofre desde os 14 anos de uma doença degenerativa.De acordo com ela, uma tetraplegia progressiva aliada a uma distrofia miopática lhe causam dores horríveis, que têm aumentado com o passar dos anos. "Não havia, e não há, um diagnóstico preciso", afirmou. Vervoort, uma loira de cabelos curtos e arrepiados, desistiu de descobrir o que tinha e passou a se dedicar ao esporte, onde achou motivação para viver. Praticou triatlo, porém o avanço da doença a impediu de prosseguir na modalidade que engloba três esportes (natação, ciclismo e corrida). Sobre a cadeira de rodas, sua companheira desde 2000, ganhou no atletismo um ouro (100 m) e uma prata (200 m), na categoria T52, na Paraolimpíada de Londres. "Quero que fique bem claro: depois destes Jogos, eu não me sentarei mais em uma cadeira de corrida, mas eu não vou passar pela eutanásia", declarou, com ênfase na palavra "não". "Vou me aposentar [do esporte paraolímpico] e aproveitar cada minuto da minha vida com minha família e com meus bons amigos. Entenderam?" O recado foi dado, e Vervoort aproveitou a ocasião – havia cerca de 60 jornalistas presentes – para defender que mais países tornem legal a eutanásia. Ela afirmou que, se não lhe tivessem permitido essa possibilidade, teria se matado anos atrás. No Brasil, a eutanásia é proibida, considerada crime. Quem tirar a vida de alguém, mesmo que por razões supostamente dignas e com métodos considerados indolores, fica sujeito a ser julgado, e preso, por homicídio. De acordo com o Código Penal, a pena pode chegar a 20 anos, porém pode ser reduzida se houver atenuantes – como agir impelido "por motivo de relevante valor social ou moral".  Leia mais...

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