Uma declaração do presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, espantou muita gente, apesar do histórico do senador alagoano que responde a vários processos no Supremo Tribunal Federal (STF): "A Operação Lava-Jato precisa deixar de praticar exibicionismo". Outra afirmativa que causou muita polêmica foi feita pelo ministro Geddel Vieira: "Quem praticou 'Caixa dois' não pode ser punido". Também o ex-presidente Lula deu sua colaboração nesse festival a declarações inconvenientes acusando o juiz Sérgio Moro de dar prosseguimento ao espetáculo de perseguição politica contra ele. Concluimos que as três afirmativas servem claramente que o desespero está tomando conta dos políticos brasileiros. Tudo isso fica por conta do avanço das investigações e dos acordos de delação premiadas que nos levar a prever que virão ainda muitas revelações sobre políticos abastecidos de dinheiro de "Caixa dois". É certo que mais uma vez teremos declarações com as repetidas desculpas de que "as doações foram legais e declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral";
Como é do conhecimento geral, a Justiça Eleitoral faz uma espécie de auditoria contábil fiscalizando o cumprimento da legislação que rege as eleições. A origem e legalidade do dinheiro, se é ou não oriundo de "Caixa dois" é assunto da Justiça comum. E aí, o político poderá ser enquadrado, por exemplo, na Lei da Ficha Limpa. Desse modo, pode-se até discutir a forma como o Ministério Público Federal (STF) divulgou as falcatruas comandadas pelo ex-presidente Lula, mas não é o MPF que poderá levar o líder maior do PT para a cadeia, mas sim os fatos. O que não pode é o eleitor não ficar atento na hora de votar, aproveitando para banir da vida pública, tanto de suas cidades nas eleições de domingo que vem, como em 2018, da política nacional, pessoas que têm desprezo à democracia e ao estado de direito. Como alguém já disse, é hora desses políticos saírem da vida público e recolherem-se à privada (em qualquer sentido). por Airton Leitão
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