por Samuel Celestino--Foto: Marcelo Camargo/ABr
Pesava como a espada de Dâmocles sobre a cabeça do presidente Michel Temer a incerteza que o rondava sobre o aumento dos salários para categorias de ponta, como acontecia com os poderosos na antiga mitologia da cultura grega clássica. À frente do aumento para o Supremo Tribunal Federal (STF) e do judiciário estava o ministro Ricardo Lewandowski e, com a promessa de colocá-la em votação no Senado, o presidente da corte, Renan Calheiros. As promessas desabaram. O aumento passaria de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil, alcançando o Procurador-Geral da República, os funcionários públicos da federação, dos estados, e naturalmente, os parlamentares da Câmara e do Senado, com direito às câmaras municipais. Para ganhar tempo, Michel Temer aguardou os acontecimentos e deu certo. A mídia se encarregou de dar publicidade aos absurdos aumentos e, com isso, o que se pretendia no breu das tocas caiu por terra. Na noite de ontem, em sessão do Senado, Renan Calheiros recuou. Provavelmente sentiu que os senadores, em boa parte, não aceitariam a decisão. Mais do que isso, o ministro Lewandowski sairá da presidência do Supremo na próxima segunda-feira. No seu lugar entrará a ministra Carmem Lúcia, que embora calada, sabia-se que era contra o aumento pretendido. Se fosse votado, desabariam as propostas do presidente da República para consertar a economia do país que coloca em dificuldades todos os segmentos da população, principalmente a legião dos desempregados. Para Temer só havia uma saída: vetar a aprovação do Senado. Para ele seria até uma forma de se tornar popular, porque a nação de maneira geral não iria aceitar os aumentos. Bem, o país pulou a fogueira que estava armada. Se assim não fosse, melhor seria chamar Dilma Rousseff de volta. BN
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