Há alguns séculos atrás, quando a profissão de dentista e suas especializações ainda não haviam sido nem de perto sugeridas, os tratamentos bucais eram feitos de forma amadora.
Como não haviam entendimentos mais aprofundados sobre o assunto, quando a dor surgia o “elemento causador” era prontamente removido, sem qualquer presença de anestesias, grosseiramente feito com as mãos e com algum requinte de tortura.
Em uma entrevista ao portal Terra, o diretor e curador do Instituto Museu e Biblioteca de Odontologia de São Paulo (IMOSP), Paulo Bueno, revelou alguns detalhes sobre a história da odontologia no mundo. De acordo com ele, a princípio, o trabalho do dentista era na verdade uma das funções dos barbeiros. Isso porque, os médicos não estavam dispostos a colocarem as mãos dentro da boca das pessoas. “Aí acabou sobrando para os barbeiros”, disse. “Uma vez que já eram conhecidos por cuidar da cabeça das pessoas, pois cortavam barba e cabelo”.
Nessa época, em meados de 1840, segundo ele, sem os devidos conhecimentos e instrumentos, as extrações eram feitas sem anestésicos e na mão. Uma dor de dente era sinônimo de infecção, logo, a remoção do fator causador era necessária. Nesse momento, as pessoas eram colocadas em risco de terem a boca estourada por instrumentos improvisados ou os dentes sadios quebrados no processo.
No entanto, e para alívio da humanidade, a odontologia evolui bastante com o passar do tempo. De acordo com Paulo, a invenção da anestesia injetável local, em meados de 1910, surgiu como um verdadeiro alívio para os tratamentos. E a partir dos anos 60, impulsionada pelas guerras, o avanço foi ainda maior, beneficiando a população com tecnologias específicas.
A ideia de que a dor já era parte do tratamento de extração foi revolucionada. “Os dentistas começaram a intervir nas decisões médicas mostrando que era possível tratar um dente sem precisar extraí-lo”, explicou. “Foi aí que os dentistas começaram a ganhar respeito, inclusive dos médicos”, salientou. [ Terra ] [ Fotos: Reprodução / Diário de Biologia ]
Nenhum comentário:
Postar um comentário