Foto: VPR/ Divulgação
Telegramas produzidos por embaixadas brasileiras, divulgados a partir da Lei de Acesso à Informação, mostram que o presidente interino Michel Temer fez viagens internacionais caras enquanto ocupava o cargo de vice-presidente. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, as viagens incluíam comitivas grandiosas e requisitavam, às vezes, que os diplomatas solicitassem verba extra ao Ministério de Relações Exteriores para pagamento das despesas. Em uma das viagens, à Turquia, em maio de 2012, foram gastos US$ 16 mil (equivalente a R$ 52 mil), pela hospedagem em um quarto duplo do hotel de luxo Conrad, em Istambul, onde Temer se hospedou por três dias. De acordo com a agenda oficial do vice, ele foi ao país para participar do evento "2ª Conferência de Istambul sobre a Somália", que abria o Fórum de Parceiros da Aliança das Civilizações, além de encontros com autoridades. Temer foi acompanhado por uma comitiva de cerca de 30 pessoas, entre servidores do Itamaraty, assessores e militares da equipe de segurança. A comitiva gastou US$ 56 mil somente em diárias em dois hotéis. A viagem incluiu outros gastos. Uma das despesas foi aluguel de veículos por US$ 21 mil, sendo duas Mercedes Benz, seis BMW, quatro vans Sprinter com capacidade para 12 pessoas cada, dois Mondeo e um caminhão-baú para bagagens. Houve também o aluguel de duas salas no hotel para reuniões e entrevistas, por U$ 4 mil; um intérprete em período integral, por US$ 2.100; a contratação de um fotógrafo turco exclusivo, em período integral por dois dias, por U$ 944. Somados os custos, sem contar despesas com deslocamento por avião e diárias dos servidores, a viagem custou cerca de R$ 328 mil, pagos pelo Itamaraty, mediante "solicitações de recursos" enviadas pelo embaixador Marcelo Jardim. Entre 2011 e 2016, segundo os documentos, foram ao menos 15 viagens internacionais, mas nem todas têm seus gastos divulgados, porque os custos são suportados por muitas embaixadas. Os recursos aparecem, porém, quando há pedidos extras de verba. Em setembro de 2011, o cônsul-geral do Brasil em Nova York (EUA), Seixas Corrêa, solicitou US$ 45 mil (R$ 145 mil) para pagar a empresa de aluguel de carros Peniel Limousine Service, contratada por menor preço, para a viagem de Temer. O Itamaraty alugou uma suíte luxo para Temer e sua esposa, Marcela, por cinco noites, além de mais dez apartamentos duplos e seis indiviuais para a equipe de segurança. O deslocamento foi feito para participação no "3º Fórum de Desenvolvimento Sustentável", criado pelo empresário Mario Garnero. Segundo a agenda da viagem, não houve compromissos oficiais no dia 24 daquele mês. No dia seguinte, um domingo, o único compromisso foi a ida ao concerto da Orquestra Filarmônica Bachiana, sob a regência do maestro João Carlos Martins, no Lincoln Center. bn
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