Os ataques terroristas vêm assombrando a civilização devido à perversidade usada pelos executores, mas antes de serem perversos eles são, os terroristas, suicidas em potencial, conforme se pode encaixar no “suicídio altruísta” denominado pelo sociólogo francês Emile Durkheim (1858-1917). Dezenas de vítimas são contabilizadas nesses atentados insanos que causa alguma poderia justificá-los, mas ao lado desse hediondo crime, outro — não menos perverso — acontece no silêncio da sociedade sem que ocorram debates e ações para sua prevenção: a pedofilia. Sabe-se que apenas 10% dos casos de pedofilia chegam ao conhecimento das autoridades e dos outros 90% nada se sabe; e que a maioria dos casos é cometida dentro da família ou por pessoas próximas aos menores. Os pedófilos podem levar semanas, meses e anos aliciando um menor até conseguir consumar o ato criminoso e os casos de reincidência são comuns, o que sugere que o perverso “desejo sexual” deles é maior do que o medo de uma eventual punição.
Os EUA são o país que mais investe na prevenção contra a pedofilia e mantêm cinquenta mil agentes “on-line” à cata dos pedófilos na internet, especialmente na “Deep web” (internet profunda) onde parece ser o “paraíso perdido” dos pedófilos. A “Operação Ore”, na Inglaterra, em 2002, pilhou milhares de pedófilos que trocavam e vendiam imagens, vídeos e aliciavam menores na internet naquele país, entre os pedófilos estavam juízes, policiais, clérigos, advogados, professores, políticos, empresários e celebridades da indústria do entretenimento...
Há um “mercado” bilionário internacional na venda de material pornográfico infantil e a rede de pedofilia conta com a participação de hotéis, motéis, táxis, garotas de programa maiores de idade para disfarçar o aliciamento, mas o tema, gravíssimo, continua em silêncio na sociedade fazendo diariamente milhares de vítimas. A pedofilia é uma perversão sexual que acarreta danos irreparáveis por toda a vida das vítimas...
24 de julho de 2016*Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista
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