por Samuel Celestino
Só um louco até então desconhecido, como Waldir Maranhão, sentado na presidência da Câmara dos Deputados como interino, poderia chegar ao cúmulo de agir monocraticamente na madrugada de segunda-feira (9), e voltar atrás da decisão tomada na madrugada de hoje (10), anulando-a. Integrante do PP, ele deverá ser expulso do partido e passa a não ter a mínima condição de presidir o colegiado. Foi o legado que o presidente afastado pelo STF, Eduardo Cunha, deixou. Criou-se uma reviravolta na República e ainda por cima deu-se esperança à Dilma Rousseff de permanecer no cargo, embora ela tenha dito que era “conveniente esperar pelos acontecimentos”. Enquanto Lula, por seu turno, afirmou que “se ganhou tempo”, mas se recusou a telefonar para o presidente do Senado, Renan Calheiros, para que mantivesse a posição de Maranhão. O ex-presidente, diante da convulsão gerada por um doido, certamente entendeu que não havia a menor perspectiva de retorno para Dilma, já que o Senado, por sua maioria, não aceitaria que se mudasse a decisão do impeachment, que será votada na sessão de amanhã. Nem Calheiros provavelmente acolheria o pedido de Lula. De qualquer sorte, a repercussão no exterior foi imensa. Mais um motivo para que a Câmara dos Deputados expurgue Maranhão do cargo. Se a imagem da Câmara já está manchada, com o número parlamentares corruptos, segundo revelação numa relação de nomes encontrada na empreiteira Odebrecht, agora tem mais um doido à bordo também respondendo a processo. bn
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