Assim como no Brasil, nos Estados Unidos há diversos suplementos disponíveis no mercado que prometem melhorar a vida sexual de homens e mulheres.
Os pesquisadores, liderados pelo professor de urologia Ryan Terlecki, do Wake Forest Baptist Medical Center, na Carolina do Norte, avaliaram testes feitos com diversas substâncias e concluíram que faltam evidências de eficácia para boa parte delas.
O dado mais preocupante da revisão é o fato de que muitos produtos comercializados como “naturais” possuem traços de inibidores de fosfodiesterases, mesma classe de medicamento da qual faz parte o Viagra.
Um dos estudos levantados pela equipe revela a presença da droga em 81% das amostras de suplementos vendidos sem receita nos Estados Unidos e na Ásia. Vale lembrar que homens com doença cardíaca, que tomam nitratos, podem ter efeitos colaterais graves com o uso de Viagra, bem como aqueles que usam remédios para tratar o aumento da próstata.
De 40 a 70% dos homens apresentam algum grau de disfunção sexual durante a vida. Como o tema envolve certa vergonha, é comum recorrer a produtos de venda livre. Os autores comentam que muitos norte-americanos gastam mais de cinco dólares por dia com suplementos que não têm eficácia comprovada.
Além de alertar contra a falta de evidências, a equipe também chama a atenção para o fato de os suplementos não serem classificados como remédios (no Brasil também é assim), por isso não há como garantir a qualidade e pureza dos produtos “naturais”, ou seja, sua segurança.
Veja o resumo do que os pesquisadores concluíram sobre alguns suplementos bastante vendidos para melhorar o desempenho sexual:
O suplemento de DHEA foi considerado relativamente seguro, já que os dados não demonstraram efeito significativo nos níveis hormonais. Mas as informações que sugerem benefício são fracas.
O feno grego, encontrado em um terço dos suplementos mais vendidos para homens nos EUA, também não apresentou efeitos adversos nos estudos. Em um deles foi registrada melhora na excitação e no orgasmo, bem como na força muscular e no bem-estar.
O Ginkgo biloba, também vendido para várias outras doenças, não tem resultados convincentes no que se refere à disfunção erétil. Além disso, pode provocar dores de cabeça, tontura e sangramentos graves, especialmente em pacientes que tomam anticoagulantes.
O ginseng, o ingrediente mais comum nos suplementos para homens, pode causar dores de cabeça, queimação, prisão de ventre, insônia, feridas na pele e reduzir a glicose (o que pode ser perigoso para diabéticos).
O Epimedium, conhecido nos EUA como Horny Goat Weed, foi considerado seguro, no geral, apesar de alguns relatos de euforia e taquicardia. Mas também não há evidência em humanos de que a erva medicinal melhore o sexo.
A L-arginina, um aminoácido comum em suplementos, foi associada a queda na pressão arterial, apesar de considerada segura. Ela teria o potencial (em teoria) de melhorar a função erétil.
A maca, que também está em diversos produtos, teve resultados positivos em estudos com animais no que se refere à melhora no interesse sexual, com relatos raros de efeitos tóxicos, como aumento de enzimas hepáticas e da pressão sanguínea.
Não foram encontradas evidências de benefícios em humanos para a Tribulus, outra erva comum nos suplementos. Houve dois relatos de efeito tóxico para o fígado e os rins em altas doses.
A ioimbina, uma substância vasodilatadora utilizada há bastante tempo, apresentou resultados positivos em alguns estudos, mas também pode causar efeitos colaterais como hipertensão, dor de cabeça, agitação, sudorese e insônia.
Por fim, o zinco também foi considerado seguro, mas não há evidência de que indivíduos saudáveis, ou seja, que não tenham deficiência comprovada, possam ter algum benefício ao consumir o suplemento. Assim, o poder atribuído às ostras, assim como a muitos suplementos, talvez não passe de efeito placebo. Fonte: Uol
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