A greve dos médicos peritos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) completou quatro meses na última segunda-feira (4), com mais de 2 milhões de perícias não realizadas, segundo dados da ANMP (Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social), publicados no site da Folha de S. Paulo. De acordo com a associação, a cada dez perícias, sete benefícios por incapacidade são concedidos. Por isso, ao menos 1,4 milhão de pedidos de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez não foram aprovados desde o início da paralisação, no dia 4 de setembro. Em torno de 1,3 milhão de perícias não foram realizadas e 818 mil pedidos de benefício estão represados em função da greve, segundo o INSS. O tempo médio de espera para agendar uma perícia passou de 20 dias para 80 dias. A greve mais longa da categoria ainda não tem previsão para acabar e as negociações com o governo não avançaram nos últimos dias. A última proposta apresentada pelo Ministério do Planejamento foi rejeitada pelos peritos em dezembro. A pasta informou que o único ponto de discordância foi a exigência dos médicos para a redução da jornada de trabalho, de 40 horas para 30 horas semanais, sem perda de remuneração. “O governo até concorda com a redução, mas propõe que isso ocorra em um contexto de reestruturação da carreira”, informa o órgão.
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