O surgimento da vida na Terra é um dos maiores quebra-cabeças que os cientistas têm enfrentado, mas alguns estão começando a questionar se a civilização realmente nasceu aqui.
Astrobiologistas estão coletando crescentes evidências que sugerem que a vida pode ter começado em outras partes da galáxia e ter sido trazida para cá por meteoritos ou cometas, em torno de 3,8 a 4 bilhões de anos atrás. Esta teoria é conhecida como panspermia.
Moléculas orgânicas e água, por exemplo, foram encontradas em cometas que atravessaram nosso Sistema Solar, o que sugere que tais materiais, necessários para o desenvolvimento da vida na Terra, vieram do espaço. Alguns vão ainda mais longe e dizem que a vida se formou em outros lugares mas apenas aqui encontrou as condições perfeitas para evoluir.
A panspermia não é uma teoria nova. Ela foi proposta pela primeira vez em 1871, mas recebeu mais apoio atualmente, quando astrônomos descobriram a quantidade de compostos orgânicos no universo.
Embora nenhuma evidência possa provar tal teoria, a ideia da panspermia, que permanece à margem da ciência, não é considerada tão inverossímil como era antes, de acordo com a New Scientist. Peter Ward, biólogo da Universidade de Washington, nos EUA, disse à revista: "Eu acho que o caso de Marte, como a origem da vida na Terra, é muito interessante". Ele acrescentou que deve ser encontrada uma prova de que a vida na Terra é de origem extraterrestre, causando grande impacto sobre o pensamento científico e religioso atual. "Seria um grande golpe. Para alguns fundamentalistas religiosos, é fato incontestável que há apenas uma vida e é aqui na Terra", acrescentou.
Chandra Wickramasinghe, astrobiólogo da Universidade de Buckingham, na Inglaterra, e apoiador de longa data da panspermia, acredita que a Terra está em constante troca orgânica e até mesmo de material vivo com planetas ao redor ou com sistemas estelares vizinhos. Ele foi recentemente envolvido na publicação de diversos trabalhos sobre a descoberta do que acredita serem restos de organismos fossilizados em meteoritos e organismos – parecidos com algas – minúsculos que vivem no alto da atmosfera da Terra, trazidos para cá em cometas.
O professor Wickramasinghe e seu colega Miltom Wainwright analisaram os restos de micro-organismos aparentes recolhidos 26 quilometros acima da estratosfera por um balão de alta altitude, durante a chuva de meteoros Perseidas, em 2013. Mais recentemente, eles encontraram uma pequena e estranha esfera de metal titânio, da mesma largura de um cabelo humano, cercado por uma gosma orgânica em suas amostras. Esses cientistas também estudaram o material do meteorito, o qual contém estruturas que foram interpretadas por alguns como micro-organismos fossilizados.
Há algumas décadas, os cientistas consideravam a ideia de vida alienígena improvável, mas agora cientistas da NASA acreditam que é apenas uma questão de tempo antes de a evidência de vida ser descoberta em outro lugar de nosso Sistema Solar. A Agência Espacial Norte-Americana está se concentrando na busca de sinais de vida em Marte, enquanto a Agência Espacial Europeia está olhando para a Lua. Essa agência está planejando uma missão robótica para perfurar a superfície lunar, com o objetivo de procurar meteoritos que possam fornecer pistas de como a vida começou na Terra e se ela veio de outro lugar.
Cientistas da NASA também conduziram experimentos utilizando simuladores de meteoritos disparados para o espaço e autorizados a reentrar na atmosfera. Eles descobriram que DNA e alguns esporos bacterianos podem sobreviver ao calor e pressões ao entrar na atmosfera da Terra. Essa descoberta apoiou algumas das ideias fundamentais que sustentam a panspermia. Fonte: Daily Mail Foto: Reprodução / Historiapedia /
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