Por Fábio Grellet | Estadão Conteúdo
Cinco pessoas foram presas na favela de Cidade de Deus, na zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã desta terça-feira, 18, acusadas de integrar uma quadrilha que produzia documentos falsos e também negociava a venda de drogas. Duas mulheres que integram a quadrilha estão envolvidas no homicídio, em junho, de um dominicano e na tentativa frustrada de assassinato de um argentino que compraram passaportes falsos das duas mulheres.
A operação mobilizou 73 agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio, além de um helicóptero. Foram presos Alan Bravos da Silva (acusado de ser gerente do tráfico na Cidade Alta, uma favela situada em Cordovil, na zona norte), Vitor da Conceição, Renê Silva Freire (ambos flagrados com drogas e armas), Maria Célia da Silva de Assis e sua filha Gisele Irineia da Silva.
Maria Célia e Gisele negociaram com o argentino Jonathan da Silva dos Santos e com o dominicano Junior Acosta a venda de dois passaportes falsificados, pelo qual pagariam US$ 6.000 (cerca de R$ 20 mil). Como parte da negociação, a dupla, que morava na Argentina, chegou ao Brasil e foi morar na casa das duas mulheres, na favela. Além dos dólares, os dois trouxeram ouro, de origem desconhecida.
As mulheres contrataram dois criminosos - segundo a polícia, Douglas de Carvalho Costa e Edmilson Villas Boas de Abreu - para assaltar os estrangeiros. Quando eles entraram na casa, mãe e filha também se passaram por vítimas, e a dupla roubou o dinheiro e o ouro e fugiu.
Os estrangeiros decidiram se mudar e foram morar na Barra da Tijuca (zona oeste). Maria Célia produziu passaportes falsos - usando fotos e nomes do filho e de um irmão dela - e marcou um encontro com a dupla para entregar os documentos forjados, na favela Cesar Maia, em Vargem Grande (zona oeste). Após a entrega, os mesmos homens que haviam assaltado a dupla chegaram e atiraram contra os dois.
Júnior morreu na hora. O argentino sobreviveu e escapou de levar um tiro na cabeça porque a arma do criminoso falhou. Os atiradores fugiram de moto e o sobrevivente foi levado ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Recuperou-se e chegou a prestar depoimento à Polícia Civil, mas fugiu do hospital e não foi mais localizado.
Maria Célia foi à Divisão de Homicídios, alegou que o argentino era irmão dela e pediu o passaporte dele. Como o nome coincidia, o documento foi devolvido. Em seguida ela foi ao Instituto Médico Legal para tentar liberar o corpo do dominicano, apresentado como filho dela. Os funcionários desconfiaram, a mulher não conseguiu retirar o corpo e começou a ser investigada.
A Polícia Civil ainda não sabe por que os estrangeiros queriam documentos falsos. Os dois homens acusados do homicídio estão foragidos.
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