A Daimler anunciou nesta segunda-feira (24) cortes de 1.500 empregos na fábrica de veículos comerciais da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, em resposta a uma queda na demanda no Brasil. Os funcionários afetados na fábrica de São Bernardo do Campo foram notificados na sexta-feira, disse um porta-voz da Daimler na Alemanha, segundo a agência Reuters. Cerca de 7 mil operários declararam greve por tempo indeterminado contra as demissões nesta segunda-feira. Em contato com o G1, a Mercedes-Benz do Brasil confirmou que efetuará cortes a partir de 1º de setembro, mas não divulgou o número de pessoas que serão desligadas. O mercado brasileiro de caminhões vem em queda desde o começo de 2013, com a economia fraca, inflação alta e condições difíceis de financiamento limitando investimentos em veículos comerciais. A Daimler cortou cerca de 3 mil empregos no Brasil no período, reduzindo sua força de trabalho para 11.854 trabalhadores até o final de junho. A companhia tem mais de 280 mil funcionários no mundo. No começo deste mês, a empresa alemã havia dito que ainda tinha cerca de 2 mil funcionários excedentes na fábrica em São Bernardo, que tem funcionado a menos de 60% da capacidade. Os trabalhadores da fábrica rejeitaram uma proposta de manutenção de empregos por um ano em troca de uma redução salarial de 10%, mas o porta-voz da Daimler disse que as negociações com os trabalhadores podem ser retomadas no começo de setembro.
Negociações - Os cerca de 7 mil funcionários, que entraram em greve, voltariam nesta segunda-feira de uma licença remunerada que começou em 7 de agosto. A produção de caminhões e ônibus no local está paralisada desde então. Desde janeiro, a empresa vem realizando cortes na planta. Em janeiro, 160 trabalhadores foram desligados. Outros 500 foram demitidos em maio. Cerca de 300 ex-funcionários acamparam em frente a fábrica durante 26 dias de junho, pedindo a reversão da medida. Na ocasião, um acordo de estabilidade por 1 ano, que reduzia a jornada em 20% e os salários em 10%, foi rejeitado pelos operários que continuaram na fábrica, e as barracas foram desmontadas. A empresa diz que adoção isolada do Programa de Proteção ao Emprego (PPE) não seria suficiente para evitar as demissões. Entre as medidas propostas para conter os gastos, estava a reposição apenas parcial da inflação aos salários no próximo ano. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC confirmou as negociações com a Mercedes-Benz na última semana, mas afirma que a empresa foi "intransigente". “Tem companheiros que começaram a receber os telegramas, mas a empresa informou que terá uma segunda parte sem informar quantos serão”, disse Sérgio Nobre, secretário-geral da Central Única dos trabalhadores (CUT). (G1)
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