Um acordo comercial envolvendo o Mercosul e um conjunto de cinco países africanos, liderados pela África do Sul, ainda não entrou em vigência devido a 205 erros de tradução, do inglês para a português. Azeite em vez de óleo, feriado no lugar de dia útil, outros brinquedos onde deveria se ler especificamente triciclos e patinetes são alguns exemplos de palavras traduzidas erroneamente.
Segundo reportagem desta terça-feira do jornal Valor Econômico, o tratado, assinado em 2008, prevê descontos em tarifas de importação aplicadas a 1.064 produtos e já foi ratificado integralmente por todos os seus signatários, exceto o Brasil. Por aqui, o Congresso aprovou o texto em 2010, mas um decreto presidencial para promulgá-lo jamais foi publicado porque diplomatas identificaram erros de tradução, cometidos por uma empresa contratada pelo próprio Itamaraty. Um novo texto, a priori, sem erros, voltou à pauta do Congresso em julho deste ano.
O acordo não é desprezível do ponto de vista econômico. Juntos, os países da União Aduaneira da África Austral (Sacu, na sigla em inglês), formada também por Botswana, Namíbia, Suazilândia e Lesoto, têm um PIB de 430 bilhões de dólares, que deve crescer quase 4% nos próximos dois anos. "É um mercado equivalente ao da Argentina", compara a gerente-executiva da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Soraya Rosar. Além disso, 80% das mercadorias vendidas pelo Brasil à Sacu são industrializadas e contribuem para um superávit que alcançou 524 milhões de dólares no ano passado.
Atualmente, o bloco africano só tem acordos comerciais em vigência com a União Europeia e com a EFTA (Islândia, Noruega, Suíça e Liechtenstein). Por isso, de acordo com Soraya, os descontos nas alíquotas de importação oferecidos pelo tratado poderiam conferir aos países do Mercosul uma importante vantagem competitiva. Fonte: Com informações da Revista Veja
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