Foto: ThinkStock
A holandesa Renate Smallegange é uma especialista em chulé e ela não se incomoda com isso. Ao contrário.
Ela sabe que aquele mau cheiro é um dos principais atrativos para seu verdadeiro objeto de estudo: o mosquito transmissor da malária.
Renato se dedica a encontrar a receita exata do chulé, para desenvolver métodos que eliminem os insetos responsáveis pela transmissão da infecção que mata mais de 580 mil pessoas por ano, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Com informações da BBC
O cientista holandês Bart Knols foi um dos primeiros a descobrir que certas espécies de mosquitos transmissores da malária são atraídos pelo cheiro emanado dos pés.
Seguindo seus passos, Smallegange tem realizado suas experiências - nada agradáveis - na Universidade de Wageningen, na Holanda.
Ela já descobriu, por exemplo, que o parasita da malária parece alterar o olfato do mosquito para que ele se atraia mais pelos pés com mau cheiro.
Trata-se de um mecanismo diabólico que leva o hospedeiro da malária a entrar em contato com suas vítimas, de maneira que o parasita possa continuar seu ciclo de vida dentro do corpo humano.
"É por isso que o mosquito é um vetor muito bom para a malária", explica a bióloga.
Armadilhas
Smallegange já analisou se uma combinação particular de bactérias nos pés pode alterar as chances de ser picado. Como se previa, aquelas pessoas que abrigam mais estafilococos - bactérias do pé - tendem a atrair mais o mosquito.
Portanto, combater essas bactérias também ajudaria a combater a malária.
Outra alternativa seria montar armadilhas com meias usadas – os cientistas descobriram que o chulé pode permanecer ali por até oito dias. Ou o próprio queijo Limburger, que parece também desviar a atração dos mosquitos.
Smallegange tem a esperança de poder reproduzir o mau cheiro de maneira sintética e em frascos, usando ácido isovalérico e outras substâncias."
"A combinação é muito importante", justifica. "Em geral, uma mistura é mais atraente do que apenas uma substância sozinha."
No entanto, ainda não se sabe exatamente qual a eficiência dessas ideias na proteção contra a malária. Um pequeno teste está sendo realizado na ilha de Rusinga, no Quênia, para tentar investigar se as armadilhas podem matar ou distrair uma quantidade de mosquitos suficiente para reduzir o número de picadas e infecções.
Mas, no mínimo, as iniciativas podem ser usadas para detectar a presença do mosquito transmissor da malária e fazer um alerta.
Para a maioria de nós, o chulé não é nada mais do que um incômodo que pode ser temporariamente resolvido com um bom banho. Já para Smallegange trata-se de um mal necessário para tentar salvar vidas. http://www.sonoticiaboa.com.br
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