Bebê prematuro foi enrolado em manta e saco de lixo para manter temperatura corporal
Carlos Madeiro * Do UOL, em Maceió * Reprodução/Facebook
MA- A foto de um recém-nascido prematuro enrolado em um saco de lixo no hospital municipal de Santa Inês (246 km de São Luís), no interior do Maranhão, causou revolta nas redes sociais.
A imagem foi compartilhada por vários meios de comunicação e políticos do Estado nesta segunda-feira (6) e gerou uma série de críticas.
Segundo o diretor do hospital municipal de Santa Inês, Tomaz Martins, o bebê que aparece na foto nasceu prematuramente e tinha um irmão gêmeo. Ele explicou que não havia incubadora no momento para colocar os dois recém-nascidos.
"A mãe foi atendida antes do parto e recebeu atendimento durante e depois do parto. Só que foram gêmeos e temos duas incubadoras; uma já estava ocupada. Então um dos bebês foi para a desocupada e o outro ficou em um berço, que foi aquecido da maneira correta", disse ao UOL, sem saber citar a data precisa do parto que aconteceu há menos de 10 dias.
Para Martins, houve um interpretação equivocada da foto. "Era um plástico que não era nada usado. A criança foi pra casa assim. A pediatra enrolou com uma manta por baixo, colocou o plástico por cima e iria enrolar outra manta. Antes dela proceder o fechamento, tiraram essa foto e fizeram essa interpretação. O importante é que as crianças estão bem, já estão em casa com a mãe", assegurou.
Técnicas pouco ortodoxas
O diretor ainda defendeu o procedimento feito pela médica que realizou o parto. "A pediatra que fez esse procedimento é especialista, não é uma clínica geral. Ela fez tudo seguindo as orientações da Sociedade Brasileira de Pediatria, que diz que a temperatura, nesses casos, tem que ser melhorada. E para isso, é preciso algumas vezes usar técnicas poucos ortodoxa", afirmou.
Martins disse ainda que os bebês foram transferidos por "procedimento praxe" para São Luís. "Houve o pedido da médica, mas ão houve questionamento dos médicos de São Luís sobre o que foi feito por nós", explicou.
O diretor defendeu a estrutura do hospital, que, para ele, é adequada para o porte da cidade. "Nós somos um hospital municipal muito bem estruturado. Para você ter ideia, o hospital regional mais próximo fica a 50 km daqui, no município de Monção, e só tem uma incubadora. E estamos prestes a inaugurar uma nova ala com quatro incubadoras", informou.
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