A ação da Polícia Federal ontem deu sinais que podem passar sem ser percebidos. Com o noticiário centrado nos dirigentes e executivos da Construtora Odebrecht e da Andrade Gutierrez, um detalhe chama a atenção. Na coletiva, os delegados informaram que a denúncia da Operação Lava-Jato deve ser apresentada até o fim do ano.
Além disso, é também sintomático que a 14ª ação da operação tenha recebido um batismo em latim: Erga Omnes. A tradução ensina: “Valerá para todos”. O que provavelmente indica que os próximos passos serão as denúncias que atingem os políticos, que não são poucos.
Resta saber se caciques como os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que nem depoimentos prestaram até agora, entrarão na lista da Procuradoria-Geral da República. Especulações os colocam como envolvidos. E é claro que eles negam de pés juntos.
Por falar em caciques, a Operação Lava-Jato está também de olho no Instituto Lula e na empresa Lils do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Uma das suspeitas é o recebimento de R$ 3 milhões da Camargo Corrêa, enfiada até o pescoço no esquema. Palestras e consultorias. Foi esta a explicação.
Pelo sim, pelo não, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras na Câmara dos Deputados decidiu convocar o dirigente do Instituto Lula, Paulo Okamotto. Se ele conseguir liminar e se reservar o direito de ficar calado o depoimento será quase uma confissão de culpa.
E ainda tem mais algumas dezenas de deputados, senadores e dirigentes partidários de menor expressão envolvidos em recebimento de propinas – que eles chamam de doações para as campanhas eleitorais – que também podem ser indiciados.
Ah! E ainda tem o ex-ministro José Dirceu, também alvo da Lava-Jato. Mas o ex-presidente do PT está em todas, né? por Eduardo Homem de Carvalho
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