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terça-feira, 23 de junho de 2015

DESINVESTIMENTO EMPRESARIAL PARA LIQUIDEZ

No ano passado, as empresas elevaram os seus desinvestimentos para obter liquidez financeira, saltando de 19%, em 2009, 33%, em 2012, para 57%, em 2014, conforme pesquisa da consultoria Deloitte, que ouviu executivos de 221 empresas de diversos segmentos empresariais e de portes distintos. Da amostra global, 67% das companhias faturaram até R$250 milhões por ano, enquanto 17% tinham receitas entre R$250 milhões a R$1 bilhão. O terceiro segmento de 16% têm receitas acima de R$1 bilhão. Pouco mais da metade das firmas é de controle familiar e apenas 7% têm ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo. Pelo exposto, estas últimas estão bastante capitalizadas e aplicando em títulos da dívida pública, que estão oferecendo ótimas taxas de juros. As demais pesquisadas procuraram reavaliar seus ativos, descartando aquelas que não fossem próprias dos seus negócios, olhando o que vale a pena mantê-los ou não. Por outro lado, a desvalorização do real frente ao dólar, fenômeno que barateia o preço dos ativos brasileiros, forçou venda de bens dos portfólios das firmas.

O motivo principal dos desinvestimentos se deveu ao crédito restrito e mais caro. Dessa forma, procuraram as pesquisadas reequilibrar a posição financeira, de melhorar a liquidez, de pagar dívidas e de reduzir passivos onerosos.

As investigações de corrupção da operação Lava-Jato da Polícia Federal têm obrigado empreiteiras e empresas fornecedoras da área do petróleo a fazer fortes desinvestimentos. A maior venda de ativos está sendo feita desde o ano passado pela Petrobras, no valor de US$13,7 bilhões. As pequenas empresas continuam também fazendo desinvestimentos neste ano. Entretanto, para os próximos dois anos, as empresas estão procurando fazer fusões, aquisições de outras empresas com vistas a melhorar a escala de produção. Enfim, as variações se dão em ondas na atividade econômica. Mas, por enquanto, as vendas de ativos são maiores do que as compras, até que a recuperação econômica ingresse em novo curso. por Paulo Brito

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