"Arregão". Esse é o adjetivo mais comum, nas redes sociais, contra a decisão do senador Aécio Neves (PSDB-MG) de desembarcar do projeto de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Nos últimos dias, desde que o jurista Miguel Reale Júnior demonstrou às lideranças tucanas e de outros partidos de oposição que um pedido de afastamento da presidente estaria fadado ao fracasso, Aécio não teve alternativa, a não ser recuar do golpe. Imediatamente, passou a ser atacado como "traidor", "covarde" e "arregão" por lideranças de movimentos como o Revoltados Online e o MBL.
As consequências para o senador, no entanto, são mais profundas do que uma momentânea onda de achincalhamento nas redes sociais. A partir de agora, ele deixará, aos poucos, de representar uma alternativa real de poder. Na oposição, os holofotes tendem a migrar de Aécio, que abraçou uma oposição radical, para o governador paulista Geraldo Alckmin, que tem adotado um discurso moderado.
Além de dispor de uma das principais máquinas políticas do País, que é o Palácio dos Bandeirantes, Alckmin vem costurando importantes alianças na oposição. A mais importante delas, com o PSB, que tem Márcio França como seu vice. Caso Alckmin concorra à presidência, em 2018, França assumirá o governo e terá a chance de concorrer, no cargo, à reeleição. Além disso, o governador paulista foi um dos principais incentivadores do convite feito a Marta Suplicy para que dispute a prefeitura de São Paulo, em 2016, também pelo PSB.
Aécio apostou todas as fichas no impeachment, mas morreu na praia. E, antes de 2018, será descartado pelo PSDB. Fonte: Minas 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário