Estudo revela que o paracetamol não tem efeito sobre a dor lombar, colocando em dúvida a forma de combate mais recomendada pelos médicos para essa situação.
A pesquisa acredita que o repouso, a tranquilidade e a correção de postura teriam o mesmo efeito do paracetamol em pacientes com dores regulares nas costas.
Acredita-se que dores nas costas de baixa intensidade podem atingir duas em cada cinco pessoas em algum momento de suas vidas, desencadeada por problemas de postura, mau jeito ou movimentos bruscos. Na maioria das vezes, o paciente melhora em até 12 semanas, a base de analgésicos e repouso.
De acordo com pesquisadores australianos, o paracetamol é a “recomendação universal” dos médicos para aliviar a dor lombar, mas não há evidências de funcionalidade relacionando esses fatores.
O estudo foi baseado em teste com 1.652 pessoas com dores lombares agudas, em Sydney. Os voluntários tinham uma idade média de 45 anos e foram divididos em três grupos. Um grupo recebeu doses regulares de paracetamol três vezes ao dia (até 3.990 mg), durante quatro semanas.
Outro grupo recebeu até 4.000 mg de paracetamol por dia, quando necessário, e o terceiro recebeu um placebo (pílulas falsas).
O estudo mostrou pouca diferença no número de dias que os três grupos levou para se curar, sendo uma média de 16 dias. Inclusive, no grupo que recebeu o placebo, a recuperação se deu um dia antes.
De acordo com o líder do estudo, o Dr. Christopher Williams, da Universidade de Sydney, o paracetamol é eficaz no tratamento de algumas dores agudas, como a extração de um dente e dor pós-operatória. Mas os resultados do estudo colocaram em dúvida o seu papel no tratamento da dor lombar.
"Os resultados mostram que deve-se reconsiderar a recomendação universal do paracetamol como principal combatente de dores lombares, apesar de entender que ele funciona muito bem para outros tipos de dores. É bom deixar claro que estamos falando de dores lombares, especificamente”, disse.
Os especialistas holandeses Bart Koes e Wendy Enthoven, do Centro Médico da Universidade Erasmus, em Roterdã, em matéria publicada na revista The Lancet, disseram ser muito cedo para que se alterem as recomendações clínicas.
"Embora os resultados deste ensaio de alta qualidade sejam claros, o conteúdo das diretrizes não devem ser alteradas com base em uma única tentativa; é preciso que existam evidências mais robustas e consistentes, incluindo a verificação dos resultados em outras populações”, explicaram.
O paracetamol age bloqueando prostaglandinas no cérebro e na medula espinal, que está diretamente ligada à transmissão da dor. Além de comprimidos de paracetamol, a droga está disponível em muitos remédios de combate ao resfriado e gripe. Fonte: Mirror
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