Uma sucessão de falhas humanas provocou o acidente de avião que resultou na morte do então candidato à Presidência e ex-governandor de Pernambuco, Eduardo Campos, durante a campanha eleitoral de 2014, segundo investigações concluídas pela Aeronáutica e divulgadas nesta sexta-feira pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.
De acordo com a reportagem, o órgão aponta que faltou treinamento e experiência ao piloto Marcos Martins para operar o Cessna 560 XL, uma aeronave nova, concluída em 2010, e revela que ele usou um “atalho” para acelerar a descida da aeronave. A situação foi agravada pelo mau tempo e pelas peculiaridades da Base de Santos, considerada difícil para pouso mesmo pelos profissionais mais experientes.
Ao não conseguir concluir a manobra, ele abortou o pouso e arrementeu o avião bruscamente. Como resultado, o piloto perdeu a referência do avião em relação ao solo, chamado na linguagem técnica da aviação de “desorientação espacial”. Nos últimos segundos do voo, Martins acelerou em potência máxima como se pensasse que estava subindo, quando na verdade estava rumando ao solo.
Além disso, a relação entre os pilotos não era boa. Segundo dados da investigação citados pela reportagem, o copiloto Geraldo Magela Barbosa teria até solicitado não voar mais com Martins. O desgaste psicológico na cabine de comando pode ter dificultado ainda mais o voo.
Não foi encontrado nenhum indício de falha técnica.
O acidente
A aeronave caiu em Santos, no litoral de São Paulo, no bairro de Boqueirão, na manhã do dia 13 de agosto. Além do candidato do PSB, morreram dois de seus assessores, Carlos Augusto Ramos Leal Filho e Pedro Almeida Valadares Neto, o fotógrafo Alexandre Severo Gomes e Silva, o cinegrafista Marcelo de Oliveira Lyra, o piloto e o copiloto.
Campos, que estava em terceiro lugar nas pesquisas eleitorais, tinha compromisso de campanha em Santos e no Guarujá.
No total, ao menos 13 imóveis foram atingidos pelos destroços do avião e dez pessoas ficaram feridas em terra. Foto: Divulgação - Fonte: Exame.com
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