Apenas 250 pessoas dos cerca de 6,2 milhões de participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2014 obtiveram nota máxima, ou seja, 1.000 pontos, na prova de redação. O número representa apenas 0,004% do total de participantes do exame. O dado foi divulgado nesta terça-feira pelo Ministério da Educação (MEC), em coletiva de imprensa. Ainda segundo a pasta, 35.719 participantes tiveram conceitos entre 901 e 999. Na última avaliação, 529.373 inscritos tiveram nota zero na redação.
Quando avaliadas as notas de redação dos estudantes concluintes do ensino médio, é possível notar que os resultados pioraram em comparação com o exame de 2013. As notas médias foram 9,7% mais baixas do que em 2013 — 521,2 para 470,8. No Enem 2014, 3.235.715 pessoas declararam ser egressas do ensino médio.
Mesmo dizendo que o MEC ainda não tem uma resposta definitiva para a queda na nota média da redação, o ministro da Educação, Cid Gomes, relaciona o resultado ao tema da avaliação — em 2013, os alunos tiveram de escrever sobre a Lei Seca, enquanto que no ano passado a dissertação foi sobre publicidade infantil. "A questão da Lei Seca foi muito debatida, a mídia focou muito nisso. Já não houve muita discussão sobre o tema de 2014. Não diria que foi mais difícil, pois isso é relativo. Mas é, sem dúvida, um tema que não teve o grau de discussão nacional que teve o de 2013", disse. O Enem 2014 também registrou queda de 7,3% na nota dos estudantes na prova de matemática: a média passou de 514,1 para 476,6. "Não diria que foi uma queda significativa na nota. Diria que é uma queda que deve estimular a comunidade acadêmica a examinar esses dados", afirmou Gomes, sugerindo que uma diferença de até 5% nas notas de matemática e redação estaria dentro da margem de erro — e, portanto, apontando que neste caso a queda estaria acima do previsto.
Em comparação à edição do Enem de 2013, o último exame registrou um aumento de 3,9% da média de linguagens, 5,4% em ciências da natureza e 2,3% em ciências humanas.
Ao ser questionado se estava satisfeito com o resultado do Enem, Gomes admitiu: "Claro que não. A média é que é o importante, e esta proposta é usada para o Prouni. Para o meu conceito, em matemática e redação houve uma queda, ao tempo em que em ciências da natureza houve uma elevação. Ao meu juízo, quem deve se debruçar sobre esses números é a comunidade acadêmica. E o MEC disponibilizará todos os dados", conclui.
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