O número de municípios afetados pela chuva dos últimos dias nas regiões norte e noroeste do Rio Grande do Sul chegou a 52 no fim da tarde desta sexta-feira (27), segundo novo balanço divulgado pela Defesa Civil. O número de pessoas que tiveram de deixar suas casas subiu para 4.675, sendo 3.066 desalojados e 1.609 desabrigados. O Rio Uruguai é o mais afetado pelas cheias.
Durante a tarde, o órgão recebeu os três primeiros pedidos de decreto de emergência. Os prefeitos de Vicente Dutra, Herval Grande e Barão do Cotegipe solicitaram o procedimento que agiliza a captação de recursos para auxiliar as famílias atingidas.
Em Erechim, no norte, foram mais de 360 milímetros de chuva em menos de cinco dias, quando a média histórica para todo o mês de junho é de 150 milímetros. Em Santa Catarina, uma barragem se rompeu durante a tarde desta sexta, no Rio Irani. O rio deságua no Rio Uruguai, o que preocupa as autoridades gaúchas.
Em Iraí, na divisa com Santa Catarina, o nível do Rio Uruguai atinge 12 metros acima do normal, perto dos 13 metros acima do normal registrados em 1983. Uma ponte foi interditada. Barcos foram usados para remover famílias. A enchente quase encobriu algumas casas. A prefeitura encaminhou os desalojados para um Centro de Tradições Gaúchas (CTG) da cidade. A Defesa Civil do município estima que cerca de 300 famílias foram prejudicadas pelo temporal.
Em Porto Mauá, o nível do Rio Uruguai já se aproxima de índice histórico de 20,7 metros, registrado há 31 anos. A marca era de 18 metros por volta das 16h30, segundo a prefeitura da cidade.
Em São Borja, na Fronteira Oeste, cerca de 50 pessoas foram afetadas pelo mau tempo, de acordo com o Corpo de Bombeiros. O Rio Uruguai subiu 10 metros acima do nornal e invadiu casas e estabelecimentos comerciais do municípios.
Durante a tarde, a chuva parou e os moradores das casas afetadas aproveitaram para retirar móveis e eletrodomésticos de dentro das residências. Algumas pessoas usaram barcos para retirar os pertences. De acordo com a Defesa Civil de São Borja, pelo menos 15 famílias que moram à beira do rio já saíram das suas casas. A maioria foi para casa de parentes e amigos e outras estão sendo alojadas em centros comunitários.
As cidades atingidas são: Cruzaltense (rio Passo Fundo), Barão do Cotegipe (rios Palomas e Douradinhos), Erechim, Erval Grande (rios Lajeado Grande e Douradinho), Barra do Rio Azul (rio Palmoas), Nonoai (rios Passo Fundo e dos Indios), Caiçara (rio da Várzea), Campo Novo (rio Turvo), Tenente Portela (rio Turvo), Pinheirinho do Vale (rio Uruguai), Iraí (rio do Mel), Frederico Westphalen, Barra do Guarita (rio Uruguai), Esperança do Sul (rio Uruguai), Ametista do Sul, Crissiumal, Vicente Dutra (rio Uruguai), Nova Candelaria (rio Burica), Três de Maio (rio Burica), Porto Vera Cruz (rio Uruguai), Novo Machado (rio Uruguai), Porto Xavier (rio Uruguai), Alecrim (rio Uruguai), Roque GOnzales (rio Uruguai), Doutor Mauricio Cardoso (rio Uruguai), Porto Lucena (rio Uruguai), Porto Mauá (rio Uruguai), Unistalda e São Borja.
Pontes e rodovias foram interditadas
O grande volume de água obrigou a interdição de pontes e rodovias em várias partes do estado. A ponte na ERS-480, que liga Nonoai a Chapecó, em Santa Catarina, ficou interditada durante toda a manhã desta sexta. Por volta das 11h50 o trecho foi liberado.
Na ERS-211 entre Erechim e Jacutinga, no norte do estado, a rodovia foi bloqueada por causa do alto nível de água no rio. A BR-153, que liga Erechim a Concórdia, em Santa Catarina, também foi interditada para ônibus e caminhões. Segundo a
Polícia Rodoviária Federal, veículos leves passam pelo local. O principal acesso a Barra do Guarita, na região norte do estado, está bloqueado. Na cidade, pelo menos 600 pessoas estavam desabrigadas até o início da tarde. O prefeito decretou situação de emergência, mas a Defesa Civil ainda não havia recebido o pedido.
Moradores são obrigados a sair de casa
Os alagamentos isolaram comunidades inteiras. No município de Áurea, pelo menos 11 famílias estão desalojadas. Na área rural, lavouras e criações de animais também foram atingidas. O agricultor Henrique Maieski disse que a criação de frango para o abate foi levada pela correnteza.
Em Nonoai, no Alto Uruguai, a situação é a mesma. Os moradores foram pegos de surpresa pelos alagamentos durante a madrugada. Depois de duas horas do início da chuva, um trecho do rio transbordou e inundou pelo menos 40 casas. Moradores tiveram de ser resgatados de barco. A Defesa Civil do município colocou um ginásio à disposição da comunidade e distribui mais de mil metros de lona. Fonte G1
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