Centenas de estudantes e residentes em Chacao (a leste de Caracas) ocuparam, na noite passada, a Praça de Altamira, centro de manifestações contra o governo da Venezuela. A praça estava guardada por militares da Guarda Nacional.
"Saímos em protesto pacífico, em apoio aos manifestantes que estão contra a repressão, os abusos do governo, a insegurança, liberdade de expressão e a escassez [de produtos]. Somos centenas de pessoas, pacificamente, e a Guarda Nacional acaba de retirar-se", disse um manifestante à Agência Lusa, por telefone.
A mesma fonte informou que a população começou o protesto ao fim da tarde, saindo à rua contra a "militarização" do município e carregando cartazes com frases como: "Somos Chacao, não temos medo" e "Povo, une-te à luta".
Vestidas de branco e com mensagem de protesto nas camisetas, várias mulheres dos grupos Damas de Branco e Mães de Altamira conversaram com os militares e ofereceram flores brancas.
Políticos da oposição também estão concentrados na praça, em apoio aos manifestantes. Está prevista, nas próximas horas, uma vigília pelos mortos nos protestos da Venezuela.
Em declaração à imprensa, o comandante-geral da Guarda Nacional Bolivariana, Justo Noguera Pietri, explicou que as pessoas estão em um protesto pacífico e que os militares permitiram a "aproximação, com o objetivo de conseguir condições de paz e tranquilidade" na região.
Mais de 1.000 agentes da Guarda Nacional foram, nessa segunda-feira (17), enviados pelo governo para as ruas do município de Chacao e para a Praça de Altamira, dois dias depois de o presidente Nicolás Maduro ter dado um ultimato aos manifestantes para abandonarem o local. Ele disse que, caso contrário, iria determinar a liberação da praça.Há 35 dias, a Venezuela é palco de protestos diários em várias cidades. Até agora, pelo menos 29 pessoas morreram e centenas ficaram feridas.
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