Após quase duas décadas, o preço do cravo-da-índia volta a ser atraente para o agricultor. De acordo com a Cooperativa de Fomento Agrícola de Valença (Coofava) EM 2013 já foram comercializados 3 mil toneladas do produto e a cooperativa tem em estoque outras 3 mil.
Considerada uma supersafra, a tendência era que em 2013 o preço do cravo despencasse, entretanto, graças a intervenção da Coofava, que assegurou a compra do produto, os agricultores puderam vender com variação de preço entre R$10 e R$ 18. Segundo o vereador de Valença Adailton Francisco, foram injetados em 2013 na economia de Valença, cerca de R$ 90 milhões somente com a comercialização do cravo. “É bonito de vê os agricultores comprando carros (automóveis)”, disse o vereador Vavá do Orobó.
Mesmo com o preço em alta, os agricultores têm dificuldades em conseguir mão-de-obra para a colheita do cravo. “somente em um mês, faturei cerca de R$ 1 mil colhendo cravo”, declarou ao Portal do Baixo Sul Dalvanir Santos, moradora de Valença, mas que tem familiares no Orobó.
Antes, transformado em vilão, os agricultores da região derrubaram vários craveiros, desmotivados devido ao preço irrisório pago pelos atravessadores. De tão desvalorizado e vendido a no máximo R$ 5, o kg, não compensava a sua extração.
O cravo-da-índia é usado para dar sabor e aroma a muitas receitas preparadas na cozinha. As árvores que fornecem a especiaria aparecem em quantidade no sul da Bahia e são fonte de renda para os pequenos agricultores da região.
Segundo a Ceplac, Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira, a zona rural de Taperoá e Valença concentram parte de uma das maiores produções comerciais de cravo-da-índia do país. A Bahia tem 8 mil hectares de área plantada com uma produção média de 4 mil toneladas por ano. O cultivo é feito por pequenos e médios agricultores e vai de setembro à fevereiro.
O craveiro começa a produzir economicamente 10 anos após o plantio. O ponto de maturação ideal para a colheita é antes da abertura da flor, o que garante um produto com mais peso e qualidade.
O grande desafio da produção do cravo-da-índia é a colheita. Os agricultores se arriscam no alto das árvores para garantir bons frutos.
Depois de colhidos, os cravos vão para secagem ao sol ou em uma estufa artesanal, onde ficam por dois dias até que a especiaria esteja pronta para ser limpa e comercializada. Magno Jouber / http://www.portaldobaixosul.com.br
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