Folhapress
O ex-jogador e deputado Romário (PSB-RJ) criticou o preço do estádio Mané Garrincha,arena mais cara da Copa do Mundo, ao custo de R$ 1,4 bilhão.
Como a Folha de S.Paulo revelou, o Tribunal de Contas do Distrito Federal encontrou indícios de R$ 431 milhões em superfaturamento e já economizou outros R$ 179 milhões em determinações ao governo do DF.
Para Romário, esses valores mostram que o Brasil "perdeu fora de campo". "É uma pena, é o nosso dinheiro jogado fora. E eu tenho certeza que se o Tribunal de Contas, o que eles fizeram aqui, fizerem realmente a fundo em outras sedes, vão encontrar muitos problemas como esse", diz.
De acordo com o deputado, os gastos na Copa são excessivos. "Isso é mais uma prova de que definitivamente a Copa do Mundo teria que existir, vai existir, mas não precisaria gastar tanto. Temos que torcer para que dentro de campeão o Brasil seja campeão, porque fora de campo o Brasil já perdeu e foi de goleada", afirma.
Superfaturamento
Segundo levantamento feito por técnicos do tribunal, o superfaturamento é resultado de uma série de irregularidades, como compra indevida de material, cálculo equivocado no custo de transporte, além de abono de multa pelo atraso na entrega da obra e atraso na solicitação de descontos na cobrança de impostos prevista em lei. O governo do DF nega irregularidades.
Um dos exemplos para entender o gasto excessivo, segundo os técnicos, é o cálculo de transporte de materiais pré-moldados no canteiro de obras.
A fábrica dessas peças fica a 1,5 km do estádio, na capital federal, mas o custo de transporte foi calculado como se tivessem sido transportados de Goiânia a Brasília, uma distância de 240 km.
O custo de transporte cobrado do governo do DF foi de R$ 592 por metro cúbico desses materiais -para os auditores, o valor deveria ser de apenas R$ 3,70. Somente neste caso, oprejuízo estimado foi de R$ 879 mil.
"Sem mais esforços, percebe-se que os custos foram superestimados, pois o transporte de pré-moldados ocorre dentro do próprio canteiro de obras. A utilização de custo de transporte 'Brasília-Goiânia' é totalmente inadequada para o serviço, não merecendo comentários adicionais para a reprovação do método", diz o relatório.
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