por Cláudia Trevisan, enviada especias
O ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli participou de uma reunião em Copenhague, na Dinamarca, na qual foram acertados detalhes para a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. A reunião com representantes da Astra Oil, então sócios no negócio, aconteceu em setembro de 2007. Gabrielli estava acompanhado dos então diretores da Petrobras Nestor Cerveró e Paulo Roberto da Costa. Cerveró tinha escrito, um ano antes, o resumo técnico que embasou a decisão do Conselho de Administração da Petrobras de comprar 50% da refinaria. Então presidente do colegiado, a presidente Dilma Rousseff disse, semana passada, que só apoiou o negócio porque o resumo era "falho". Costa está preso sob suspeita de ter recebido propina em contratos da Petrobras para obras de construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Na reunião de Copenhague, Gabrielli discutiu a proposta da Petrobras de pagar US$ 700 milhões pelos outros 50% da refinaria. As informações estão em documento apresentado pela própria Petrobras em um dos processos judiciais nos quais as duas empresas se enfrentaram na Justiça do Texas. Nele, o então diretor da estatal na Holanda, Samir Passos Awad, disse ter participado da reunião. A Astra foi representada por seu dono, Gilles Samyn, e seu representante nos EUA, Mike Winget. Em dezembro daquele ano de 2007, a proposta de compra da Petrobras foi oficializada em carta à empresa belga. A negociação foi implodida no ano seguinte pelo veto do Conselho de Administração da Petrobras, com Dilma no comando. Gabrielli defendeu desde o princípio a entrada da Petrobras em Pasadena, sempre ao lado de Cerveró e Costa. O ex-presidente a estatal, substituído por Graça Foster em 2012, alega que as condições econômicas e a conjuntura naquela época eram propícias ao negócio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.BN
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