(EFE).- A Fifa pediu nesta quinta-feira aos responsáveis dos 12 estádios em que serão disputadas as partidas da Copa do Mundo de 2014 que não marquem novos shows ou espetáculos que podem danificar o gramado antes do início da competição, marcado para o dia 12 de junho.
A orientação foi dada no Seminário de Preparação dos Gramados, organizado pela Fifa e pelo Comitê Organizador Local (COL) da Copa de 2014 e que terminou nesta sexta-feira na cidade de São Paulo.
No evento, realizado no Museu do Futebol, localizado no Estádio do Pacaembu, participaram os responsáveis dos 12 estádios e dos cerca de 30 centros de treinamento de todo Brasil onde as seleções ficarão concentradas.
"A função do COL é diminuir riscos e não podemos deixar de dar conselhos às sedes e aos centros de treinamento para que tenhamos os melhores gramados", afirmou Frederico Nantes, gerente geral de serviços do COL, em entrevista coletiva.
"Esperamos que a partir de meados de março não tenhamos nenhum outro espetáculo nos estádios do Mundial. Não somos os donos dos estádios, mas essa é a nossa recomendação", acrescentou.
A orientação foi transmitida perante os danos que sofreu o gramado do estádio Arena Castelão de Fortaleza no início deste mês depois que o local foi utilizado para um concerto do cantor inglês Elton John.
Vários dos estádios construídos para o Mundial do Brasil foram concebidos como arenas multiuso, ou seja para abrigar eventos esportivos, culturais e artísticos, com o objetivo de compensar os investimentos e dar um uso permanente aos estádios.
A Arena Castelão, por exemplo, foi palco de três concertos musicais desde sua inauguração no ano passado.
O estado do gramado dos estádios é uma preocupação da Fifa desde que, em 2011, começou a organizar seminários e eventos para capacitar os responsáveis sobre a forma como se tem que cultivar, cuidar e cortar a grama, assim como sobre as espécies de pasto mais adequadas.
Isso ocorre porque em uma inspeção realizada pela Fifa antes da preparação dos atuais gramados, os agrônomos descobriram que em alguns estádios brasileiros havia até 11 espécies diferentes de grama.
A engenheira agrônoma Maristela Kuhn, principal responsável pelo processo, explicou que tanto as espécies de grama como os processos de tratamento foram padronizados tanto nos estádios como nos centros de treinamento para garantir que as diferentes seleções trabalhem no mesmo tipo de gramado.
Kuhn acrescentou que o gramado já está pronto inclusive nos estádios de São Paulo, Curitiba e Cuiabá, que ainda estão em obras.
"Os três gramados foram plantados e concluídos, apesar das obras continuarem em outras áreas", afirmou a engenheira, que explicou que o pasto começou a ser semeado portanto quando os construtores retiraram do campo os guindastes e outros equipamentos pesados.
Essa antecipação permitirá que os jogadores do Corinthians realizem amanhã seu primeiro treino no estádio Arena Corinthians, que ainda não tem data de inauguração.
Kuhn explicou que o maior desafio é buscar um gramado homogêneo no meio da diversidade climática, vegetal e geográfica das sedes do Mundial no Brasil.
"Na época do Mundial teremos inverno no sul do país, que não chega a ser um inverno europeu, mas sim com geadas, enquanto no nordeste permanecerá o clima tropical", assegurou.
O ex-lateral brasileiro Cafu, duas vezes campeão mundial, destacou a necessidade de que o gramado nos campos de treinamento sejam da mesma qualidade que dos estádios para reduzir as lesões.
"De nada serve ter um excelente departamento médico e excelentes fisioterapeutas se o gramado for duro, a grama estiver alta e ainda houver buracos", alegou o ex-capitão da seleção brasileira na mesma entrevista coletiva.
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