A importância da Argentina na exportação dos manufaturados brasileiros triplicou nos governos Lula e Dilma. Em 2002, o mercado argentino absorvia 6,1% dos produtos industriais vendidos pelo Brasil. No ano passado, atingiu 19,4%.
Essa concentração torna ainda mais grave a queda de 16% nas exportações para a Argentina no primeiro bimestre, conforme divulgou ontem o ministério do Desenvolvimento. As vendas para o país vizinho saíram de US$ 2,7 bilhões para US$ 2,4 bilhões,.
As vendas de automóveis para a Argentina caíram 24% no bimestre. No total, o Brasil exportou 36% menos carros -uma das principais razões do déficit de recorde de US$ 6,2 bilhões da balança. A Argentina já vinha controlando a emissão de licenças para importação. Nas últimas semanas, o BC restringiu a liberação de dólares para pagar os bens importados.
"Não fizemos acordos comerciais com EUA e Europa e estamos dependentes da Argentina", disse Diego Bonomo, gerente de comércio exterior da CNI.
O secretário de Comércio Exterior, Daniel Godinho, admitiu que há uma "tendência de queda" de exportações para a Argentina. Segundo a Folha apurou, uma missão brasileira deve ir a Buenos Aires no dia 14 oferecer um mecanismo de financiamento das exportações brasileiras.
Apesar da queda, o saldo comercial com os argentinos ficou positivo em US$ 300 milhões no bimestre, por causa de uma queda atípica na compra de trigo do país vizinho, que teve quebra de safra.
Os exportadores brasileiros também enfrentam dificuldades com atrasos de pagamentos na Venezuela. No bimestre, as exportações para o país ficaram estáveis em US$ 612 milhões. Em fevereiro, os embarques subiram 21% em fevereiro, porque os venezuelanos liberaram dólares comprar carne brasileira. Os frigoríficos só vendem à vista para a Venezuela.
Para José Augusto de Castro, presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), a queda nas vendas para Argentina e Venezuela podem reduzir as exportações brasileiras em US$ 5 bilhões este ano. Fonte: Com informações de Folha de São Paulo
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