O Globo, com agências internacionais
PEQUIM — A ativista de direitos humanos Cao Shunli, presa em setembro por manifestações em que se sentava diante do Ministério do Exterior, morreu nesta sexta-feira. Segundo a família, a morte de Shunli ocorreu após ela ter tratamento médico negado por vários meses.
Shunli, de 52 anos, teve falência múltipla dos órgãos em um hospital de Pequim. A família, no entanto, acusa as autoridades de negligência, pois desde outubro vinha pedindo que ela fosse atendida por médicos. No mês passado, o advogado dela disse que ativista estava sofrendo de tuberculose, cirrose e outras doenças. Uma liberdade condicional para tratamento médico foi negada até que o caso estivesse em estado muito grave, segundo seu irmão.
Para a organização Anistia Internacional, o caso ressalta a necessidade de as autoridades chinesas garantirem todos os cuidados médicos necessários a ativistas presos.
“A morte de Cao Shunli mostra a forma insensível e calculada como as autoridades chinesas estão prontas para silenciar os críticos. As autoridades têm sangue nas mãos”, disse Anu Kultalahti, pesquisadora para a China da Anistia Internacional.
Segundo o dissidente Hu Jia, a ativista estava bem de saúde em setembro de 2013, antes de ser detida. Segundo o advogado Liu Weiguo, a família viu ferimentos no corpo de Shunli, mas não sabe como foram feitos.
— Assim que o tempo estiver mais quente, vamos nos reunir diante do Ministério do Exterior e pedir a supervisão das ações do governo. Vamos relembrar esta data.
Cao realizou um protesto em que passou dois meses sentada junto com outros ativistas diante do ministério, a partir de junho passado, para pressionar para a realização de um relatório nacional sobre os direitos humanos.
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