Em vídeo que passou a circular nesta quarta-feira (12) nas redes sociais, o deputado federal Luiz Carlos Heinze (PP-RS), ao fazer críticas ao governo de Dilma Rousseff, afirmou que "quilombolas, índios, gays e lésbicas" são "tudo que não presta".
As declarações foram feitas em uma audiência pública da Comissão da Agricultura da Câmara dos Deputados na cidade de Vicente Dutra, no norte do Rio Grande do Sul, no final de novembro passado. O vídeo com as ofensas foi publicado hoje no YouTube e está sendo criticado nas redes sociais por organizações ambientalistas, LGBT e de defesa dos direitos indígenas, como a Mobilização Nacional Indígena.
As ofensas foram feitas quando Heinze afirmava que governo federal, por meio do ministro Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, está a serviço dos grupos que foram alvos das ofensas. "Gilberto Carvalho também é ministro da presidenta Dilma. É ali que estão aninhados quilombolas, índios, gays, lésbicas, tudo que não presta. É eles que têm a direção e o comando do governo."
Heinze é presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária e seu partido, o PP, integra a base de sustentação do governo federal. O deputado federal Alceu Moreira (PMDB-RS) também discursou na mesma audiência pública.
A exemplo de Heinze, Moreira fez acusações a Gilberto Carvalho e também a Paulo Maldos, secretário de Articulação Social da Secretaria Geral da Presidência, além de criticar o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), entidade ligada à Igreja Católica que defende os direitos de povos indígenas.
"O chefe dessa vigarice orquestrada tá na antessala da Presidência da República. E o nome dele é Gilberto Carvalho, é ministro. Ele e seu Paulo Maldos estão por trás dessa baderna, dessa vigarice. Está o Cimi, que é uma organização cristã, que de cristã não tem nada, que está a serviço da inteligência americana e europeia para impedir a expansão das fronteiras agrícolas do Brasil", afirmou o deputado.
Em seguida, Alceu Moreira convoca os produtores rurais a se defenderem. "Nós, os parlamentares, não vamos incitar a guerra, mas vos digo: se fardem de guerreiros e não deixe um vigarista desse dar um passo em sua propriedade. Nenhum."
Heinze reforça as palavras do colega e sugere aos produtores que sigam o exemplo de fazendeiros do Pará e do Mato Grosso do Sul que contrataram segurança privada. "Eles tão se defendendo. Se é isso que o governo quer, é o que temos que fazer. Resolvemos os sem-terra lá em 2000 e vamos resolver os índios agora não interessa o tempo que seja."
A reportagem do UOL não conseguiu localizar os dois parlamentares. A reportagem enviou um email à Secretaria-Geral da Presidência e aguarda um posicionamento. CLIQUE AQUI E VEJA O VÍDEO: http://zip.net/bvmpCB
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