Ezequiel Fagundes - O Globo
BELO HORIZONTE – O ex-presidente Lula escolheu Minas Gerais, reduto eleitoral e principal vitrine do presidenciável Aécio Neves (PSDB), para sua primeira participação em um palanque eleitoral deste ano. Durante a comemoração de aniversário do PT, o líder participou de um ato político de grandes dimensões que marcou o lançamento da pré-candidatura a governador do ex-ministro Fernando Pimentel. Em longo discurso, Lula fez um balanço de 11 anos do partido no Palácio do Planalto. Logo no início, ele alfinetou o senador Aécio Neves insinuando que conhece mais o estado mineiro do que o tucano.
— Minas é um estado que quero dedicar meu tempo. Acho que muitos mineiros que são políticos não andaram por aqui tanto quanto eu. Sem nenhum demérito, o ex-governador não viajou em Minas o tanto que viajei — afirmou.
Em resposta a Aécio, que mais cedo criticou o valor dos repasses para obras de grande impacto, como o metrô da capital, o ex-presidente declarou que a ampliação do trem urbano só não saiu do papel porque o governo de Minas não apresentou um projeto básico.
— A verdade é que o metrô está precisando de um projeto do governo de Minas. Nós somos republicanos, mas não somos tontos para repassar verba para obra sem projeto — discursou.
Realizado em um ginásio de uma escola da capital mineira, o evento contou com três telões de alta definição, painel com as imagens de Lula, da presidente Dilma Rousseff e de Pimentel, iluminação giratória e chuva de balões com a cor do partido.
Marqueteiros aproveitaram para gravar cenas para a propaganda eleitoral da legenda. Entre um discurso e outro, o telão exibia cenas dos candidatos. Ao lado de Lula, Pimentel afirmou que a disputa já começou. O petista prometeu uma campanha limpa, propositiva, no campo das ideias, sem ataques aos adversários. Mas avisou que o PT não gosta de apanhar.
— Em Minas, a novidade é ouvir o povo. Aqui o povo não é ouvido. O estado não ouve a população em absolutamente nada. Se tem uma coisa que a gente sabe fazer bem, é ouvir a população. Nós vamos construir junto com os aliados o melhor programa de governo para Minas Gerais. Esse é o começo da nossa jornada, começa aqui agora. Vocês sabem que a lei eleitoral permite que os ministros de estado fiquem no cargo até seis meses antes da eleição, mas deixei o ministério para construir um programa de governo. Nós não vamos fazer o que os adversários fazem contra nós. Contra a calúnia, vamos responder com verdade. Nós não gostamos de apanhar, mas não vamos bater em ninguém — afirmou o ex-ministro.
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