Mulher cobre o rosto enquanto passa por uma montanha de lixo no centro de Nápoles, em novembro de 2010, quando ocorreu a greve dos lixeiros
Roma - Seis anos depois de que montes de lixo nas ruas de Nápoles ressaltaram suas precárias finanças, a cidade italiana poderia estar em risco de entrar em default, depois que um tribunal rejeitou os planos para reduzir a dívida municipal de cerca de 1 bilhão de euros (US$ 1,36 bilhão).
“Tecnicamente, Nápoles está em bancarrota”, disse Riccardo Realfonzo, professor e ex-conselheiro de assuntos econômicos da cidade de Nápoles. “Se os auditores não mudarem de opinião, Nápoles não obterá um empréstimo crucial do estado e, como Detroit, será incapaz de pagar aos seus funcionários ou de fornecer serviços básicos”.
O tribunal regional de auditores decidiu no mês passado que o plano de redução orçamentária para a terceira maior cidade da Itália era irrealista. Um empréstimo do governo nacional obtido por Nápoles no ano passado aumentará sua dívida e reduzirá os benefícios dos ajustes de gastos planejados, opinou o tribunal.
A cidade nega que um default esteja a caminho. Em 20 de janeiro, o prefeito Luigi De Magistris disse que a cidade de 960.000 moradores apelaria a decisão do tribunal em um tribunal nacional, acrescentando que ele ligaria para o Primeiro Ministro Enrico Letta para pedir conselhos.
A decisão do painel regional significa que as finanças na cidade mais populosa da Itália depois de Roma e de Milão correm o risco de serem colocadas sob administração especial. O aperto poderia ser similar ao sofrido por Detroit, que em julho declarou a maior bancarrota municipal na história dos EUA, dizendo que não tinha suficiente dinheiro para cobrir US$ 18 bilhões em obrigações e continuar fornecendo serviços adequados de policiamento, bombeiros e outros aos 700.000 moradores da cidade.
Arcas sobrecarregadas
Os títulos do governo na Itália tiveram um rali no primeiro mês do ano pelos sinais de que a crise que levou os custos de tomar empréstimos para o país a níveis recordes, na era do euro, tinham recuado. Contudo, o resgate de cidades como Nápoles e a capital, Roma, poderia afetar as arcas estatais, sobrecarregadas com a segunda maior dívida da zona do euro. http://exame.abril.com.br/
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