Diretor do presídio, Carlos Rodrigues: “Eles têm certificado profissional e são remunerados” (Foto: Nelson P. Duarte)
Esses países importam calças jeans produzidas no interior do presídio de São Sebastião do Paraíso, no sul de Minas Gerais.
A empresa MGF Confecções construiu um galpão de 50 metros quadrados para instalação da fábrica no presídio e emprega atualmente 35 detentos, que respondem por uma produção de aproximadamente 1.350 calças por semana, destinadas à exportação e também ao abastecimento do mercado interno.
Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o programa “Começar de Novo”, criado em 2009, visa à sensibilização de órgãos públicos e da sociedade civil para que forneçam postos de trabalho e cursos de capacitação profissional para presos. O objetivo do programa é promover a cidadania e consequentemente reduzir a reincidência de crimes.
O diretor da unidade prisional de São Sebastião do Paraíso, Carlos Marcelo Rodrigues, informa que o projeto veio para alavancar o presídio. “Nossa unidade é proveniente da Polícia Civil, ela é muito compacta. Nesses oito meses de programa aconteceram muitas melhorias”.
De acordo com Rodrigues, os detentos trabalham de segunda a sexta, permanecendo no galpão de 8h às 17h, com uma hora de almoço. “Hoje eles têm certificado profissional e são remunerados. O tempo de duração da pena, conforme prevê a legislação penal, é reduzido em um dia a cada três de trabalho”, informa.
Para participar do programa, o preso precisa passar por uma avaliação do Conselho Técnico Criminológico, onde o detento passa pelo estudo da equipe de enfermagem, psicológica, assistência social e pelo diretor de segurança da unidade. “Para os apenados, cumpridores de regime fechado, a fábrica é também uma chance de pelos menos por algumas horas do dia ficarem distantes da tensão das superlotadas galerias do presídio, que abrigam 317 internos em 128 vagas”.
Comportamento e futuro
Rodrigues afirma que após a inclusão do programa, a melhora na questão do comportamento dos presos é facilmente perceptível. “É visível e notório, nas conversas que temos com os detentos envolvidos no projeto, que eles têm disciplina e educação, além da disposição para o trabalho e confiança no futuro”, comenta.
Segundo o diretor do presídio, os detentos que participam do programa não aprendem somente uma nova profissão, mas também possuem uma perspectiva de futuro. “Como a MGF possui unidades de produção fora do presídio, os detentos poderão sair daqui com emprego garantido e de carteira assinada. Eles só voltarão ao crime se quiserem, porque oportunidade de construírem uma vida melhor não falta”, finaliza. Foto banner: Divulgação-Seds/MG / http://www.jornaledicaodobrasil.com.br
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