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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Rodovia privatizada de MT que é um golpe contra o contribuinte

Trafegar pela MT-242, que liga Sorriso à Ipiranga do Norte, não está se mostrando uma tarefa fácil e segura para os motoristas. 

Essa é a análise do cientista político João Edisom, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que percorreu parte da via gerida pelo Consórcio Apasi, durante o final de semana.

A rodovia, que foi privatizada ainda durante a gestão do agora senador Blairo Maggi (PR), apresenta um asfalto desgastado e carece de sinalização e placas de orientação aos motoristas, segundo o cientista.

“Percorri exatamente 66 km e não vi acostamento nessa rodovia. Se você parar o carro para trocar um pneu, por exemplo, fica no meio da pista, porque não consegue tirar o carro nem meio metro da faixa de rolamento. A estrada apresenta partes [do asfalto] corroídas, é irregular e com curvas mal feitas”, afirmou, em entrevista ao MidiaNews.

Silva Barbosa e Blairo Maggi, responsáveis pelo Golpe contra o contribuinte: Privatização das Rodovias de Mato Grosso, Cobrança mas estradas em péssimo estado.
De sua vez, as autoridades responsáveis pela Fiscalização 'Fazem Vista Grossa'

De acordo com Edisom, por toda a rodovia, ele cruzou com apenas duas placas indicando para qual telefone o motorista deve ligar, caso precise de ajuda.

“E essa situação não é exclusiva dessa rodovia, não. Outras que foram privatizadas estão na mesma situação. Não tem manutenção”, reclamou.

Para percorrer a rodovia, João Edisom precisou pagar R$ 5,80 – valor que deverá subir em janeiro de 2014, uma vez que a Agência Estadual de Regulação (Ager) autorizou o reajuste no preço do pedágio dessa a outras três rodovias estaduais, aumentando a arrecadação das concessionárias em quase um terço.

“E, no lado da pista que vai de Ipiranga para Sorriso, a situação está um pouco pior, uma vez que passam muitas carretas por ali. O asfalto está bastante gasto, o carro vibra a todo o momento e já há pequenos buracos se formando na rodovia”, disse.

Reajuste
Ao todo, o trecho da MT-242 tem 83 quilômetros e a tarifa cobrada por contrato era de R$ 5,80. Com o reajuste, passa para R$ 6,70. 
O pedágio tinha como primeira tarifa R$ 5,10. Em dezembro de 2012, um reajuste foi feito e aumentou R$ 0,70 centavos, resultando no valor que está em vigor hoje. 

Concessão
A MT-242 foi a primeira rodovia do Estado a receber uma praça de pedágio, em dezembro de 2006 e, durante o primeiro mês de funcionamento, arrecadou cerca de R$ 80 mil. Na ocasião, o valor cobrado era R$ 3,50 por eixo.
O trecho foi construído por meio de um consórcio rodoviário e a praça de pedágio, localizada a aproximadamente 5 km de Sorriso, é administrada pela Associação Pró-Asfalto de Sorrido e Ipiranga do Norte (Apasi). A concessão tem prazo de 20 anos.
O Estado foi quem fez a imprimação, drenagem superficial e pavimentação do trecho. A associação foi responsável pela execução da terraplanagem, base, sub-base e a regularização de leito.
A ideia é de que o dinheiro arrecadado seja usado na manutenção e promoção de melhorias na rodovia.
Quando da construção, o então governador Blairo Maggi destacou que a pavimentação da rodovia e implantação da praça de pedágio auxiliaram a reduzir os preços da saca de soja que eram praticados nas duas cidades, uma vez que um grande valor era perdido pelos produtores diante da dificuldade de escoar a produção.

Outro lado
Por meio de nota enviada pela sua assessoria, a Secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana (Setpu) se eximiu de responsabilidade sobre o estado atual da rodovia, afirmando que "a manutenção e conservação da rodovia, é de responsabilidade total do consórcio Apasi", e que "a fiscalização do serviço executado pela concessionária é de responsabilidade da Ager". Midia News

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