Nelson Mandela, líder sul-africano morto neste mês, recebeu treinamento em armas e sabotagem pela agência de inteligência israelense Mossad, nos anos 1960. A informação, inédita, foi publicada na sexta (20) pelo jornal "Haaretz".
De acordo com o diário israelense, Mandela teria demonstrado interesse pelos métodos clandestinos da Haganah, a versão embrionária das Forças de Defesa de Israel, durante o período anterior à criação do Estado israelense.
O Mossad, por sua vez, enxergava o líder sul-africano como tendo uma inclinação ao comunismo.
A notícia foi recebida com surpresa em Israel, já que Mandela defendeu palestinos em um discurso de 1997.
O treinamento de Mandela ocorreu durante sua viagem secreta por países africanos, iniciada em janeiro de 1962. Ele passou pela Etiópia, onde membros do Mossad lhe deram o treinamento militar.
Segundo uma carta hoje nos Arquivos do Estado de Israel, os integrantes da agência israelense não sabiam a verdadeira identidade do líder africano. O texto é datado de outubro, após a prisão de Mandela na África do Sul.
"Há três meses, discutimos o caso de um homem em treinamento que chegou à embaixada na Etiópia com o nome de David Mobsari", afirma a missiva. "Ele recebeu treinamento em judô, sabotagem e armamentos."
O texto diz ainda que Mandela "saudou nossos homens com 'shalom', tinha familiaridade com os problemas dos judeus e de Israel e deu a impressão de ser um intelectual. A equipe tentou fazer dele um sionista."
O documento, de acordo com o "Haaretz", deixa claro que David Mobsari era o mesmo homem preso pouco antes na África do Sul, Nelson Mandela. Fonte: Com informações da Folha de São Paulo
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